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Escola Anna Nery Revista de Enfermagem completa 20 anos
Volume 14 , Número 3 , Jul/Set - 2010
EDITORIAL
1 - A memória e o "por em cena" da história da enfermagem
Tânia Cristina Franco Santos
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 441-441
FAC-SÍMILE
Mariangela Aparecida Gonçalves Figueiredo
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 444-445
PESQUISA
3 - Indicativos e características da aprendizagem em uma comunidade virtual de enfermagem
Viviane Modesto Ferraz; Maurício Abreu Pinto Peixoto; Marcos Antônio Gomes Brandão; Jaqueline Santos de Andrade Martins
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 447-455
O estudo aborda a aprendizagem em enfermagem em um ambiente virtual constituído na internet.
OBJETIVOS: verificar indicativos de aprendizagem no conteúdo das mensagens textuais; e caracterizar os indicativos verificados nas mensagens eletrônicas.
METODOLOGIA: procedimento metodológico foi o "survey interseccional", com abordagem quantitativa. O material de estudo foi o total de mensagens válidas postadas na primeira fase da comunidade, 864 mensagens. O cenário do estudo foi uma comunidade virtual de enfermagem. O processo de análise foi a leitura inspecional; a partir disso, foi elaborado um conjunto de categorias empíricas que indicaram a aprendizagem na comunidade.
RESULTADOS: observou-se que os membros na comunidade aprendem, fundamentalmente, questionando e solicitando auxílios.
CONCLUSÃO: é possível, através dos ambientes virtuais, adquirir conhecimento para a vida e colaborar com a aprendizagem do outro. Este contato com a diversidade de pensamentos, favorecida pelo mundo digital, pode constituir um novo espaço de construção e circulação do saber.
Palavras-chave: Aprendizagem. Educação Profissionalizante. Internet
Natália Magalhães do Nascimento; Jane Márcia Progianti; Rachelli Iozzi Novoa; Thalita Rocha de Oliveira; Octávio Muniz da Costa Vargens
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 456-461
A pesquisa de natureza qualitativa, tipo descritiva, teve como objetivo identificar as atitudes e práticas de enfermeiras obstétricas e discutir seus efeitos durante o trabalho de parto na percepção de mulheres, atendidas em uma casa de parto. Fizeram parte do estudo 12 mulheres, tendo como instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados evidenciou que as mulheres reconheceram a atitude carinhosa e práticas como a livre movimentação corporal e o estímulo à presença de um acompanhante como as principais tecnologias não invasivas utilizadas durante o trabalho de parto. Quanto aos seus efeitos, as mulheres perceberam que as tecnologias favoreceram seus potenciais internos para tomada de decisões e identificaram as atitudes e práticas das enfermeiras como decisivas para que não desanimassem durante o parto. A postura e o uso pelas enfermeiras de tecnologias não invasivas contribuem para uma melhor percepção das mulheres sobre o seu processo de parto.
Palavras-chave: Enfermagem Obstétrica. Humanização do Parto. Parto Normal
5 - Vivências maternas sobre a assistência recebida no processo de parturição
Viviane Marten Milbrath; Simone Coelho Amestoy; Deisi Cardoso Soares; Hedi Crecencia Heckler de Siqueira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 462-467
Esse estudo teve por objetivo conhecer as vivências maternas sobre a assistência recebida durante o trabalho de parto e parto em que o filho sofreu asfixia perinatal grave. Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio da entrevista semiestruturada, com seis mulheres que vivenciaram o processo de parturição em que seus filhos sofreram asfixia perinatal grave, no período de 2005-2007, na cidade de Rio Grande/RS. Os resultados apontaram aspectos positivos e negativos na assistência recebida durante o processo da parturição. Como positivos emergiram: o diálogo, a confiança e a agilidade no atendimento. Como aspectos negativos destacaram-se: o despreparo do profissional para assistir a mulher no momento da intercorrência durante o trabalho de parto e parto; a desumanização na assistência; e a ausência de um acompanhante durante o processo. Salienta-se a necessidade de se rever a assistência prestada à mulher durante o processo de parturição.
Palavras-chave: Asfixia Neonatal. Enfermagem. Parto. Saúde Materno-Infantil
6 - Manejo clínico da gestante com hiv positivo nas maternidades de referência da região do Cariri
Camilla Thania Dias de Lima; Dayannne Rakelly de Oliveira; Edilma Gomes Rocha; Maria Lúcia Duarte Pereira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 468-476
Esta pesquisa objetivou identificar como ocorre o manejo clínico e medicamentoso da gestante com HIV nas maternidades de referência da região do Cariri. Estudo descritivo, retrospectivo, com dados de 22 prontuários e 21 fichas de notificação entre agosto de 2003 e setembro de 2007, analisados por estatística descritiva. Todas as gestantes realizaram 4 a 6 consultas de pré-natal. A maioria recebeu profilaxia com AZT; foram realizados 16 testes rápidos para o HIV. O parto cesáreo foi o mais utilizado; 17 receberam AZT intraparto e esquema completo; 9 iniciaram o AZT intravenoso antes de três horas de internação. No puerpério, sete realizaram inibição mecânica da lactação; duas, inibições hormonais; e oito, os dois métodos. Todos recém-nascidos receberam AZT oral e fórmula infantil. As maternidades investigadas seguem as orientações do MS quanto: uso de teste rápido, escolha do tipo de parto, profilaxia com AZT intravenoso, inibição da lactação e cuidados imediatos aos recém-nascidos.
Palavras-chave: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Gestantes. Transmissão Vertical de Doença
7 - Os sentimentos das mulheres pós-mastectomizadas
Fernanda Maria de Jesus Sousa de Pires Moura; Michelly Gomes da Silva; Suziane Carvalho de Oliveira; Lara de Jesus Sousa Pires de Moura
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 477-484
Pesquisa qualitativa, que objetivou: descrever os sentimentos das mulheres sobre o câncer de mama e discutir as mudanças ocorridas na vida da mulher após o câncer de mama. Ocorreu em um ambulatório de ginecologia de um hospital público de Teresina. Foram entrevistadas 13 mulheres mastectomizadas. Na análise das entrevistas, surgiram três categorias: Sentimentos negativos gerados pela percepção física após mastectomia; Sentimentos positivos gerados pelo conforto espiritual; e Sentimentos gerados pela falta de apoio e atenção dos profissionais durante a assistência. A mudança na vida da mulher com câncer é radical, devido principalmente ao diagnóstico e tratamento. As dificuldades são incalculáveis, pois requerem adaptações profundas no modo de pensar e agir, que influencia física e emocionalmente o convívio pessoal e social.
Palavras-chave: Neoplasias de Mama. Emoções. Mastectomia
8 - Relação de ajuda no desempenho dos cuidados de enfermagem a doentes em fim de vida
Rosa Maria Pereira Simões; Manuel Alves Rodrigues
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 485-489
Este estudo tem como principal objetivo verificar a importância que os enfermeiros atribuem às competências relacionais na ajuda a doentes em fim de vida. A investigação é de tipo descritivo-correlacional, transversal, com uma amostra de 56 enfermeiros, selecionada de forma intencional, acidental e desenvolvida a partir da aplicação de um instrumento de medida que integra o Inventário de Competências Relacionais de Ajuda, Escala de Satisfação com a Vida, Questões relativas à importância atribuída à formação contínua. Da análise dos resultados ressalta-se que os enfermeiros consideram as competências relacionais fundamentais para o cuidado ao doente em fim de vida. O desempenho de competências relacionais de ajuda está significativamente correlacionado com a formação que os enfermeiros desenvolveram sobre relação de ajuda, bem como com a satisfação que têm com a vida em geral.
Palavras-chave: Enfermagem. Cuidados de Enfermagem. Doente Terminal. Relações Interpessoais. Educação Continuada
9 - Fatores que favorecem e dificultam o trabalho dos enfermeiros nos serviços de atenção à saúde
Carmem Lúcia Colomé Beck; Andrea Prochnow; Rosângela Marion da Silva; Francine Cassol Prestes; Juliana Petri Tavares
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 490-495
O enfermeiro depara-se com fatores que favorecem e dificultam a realização do seu trabalho e que interferem nos sentimentos em relação ao trabalho. Este estudo é do tipo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa. Teve como objetivos caracterizar sociodemograficamente os enfermeiros dos Serviços de Atenção à Saúde de um município do Estado do Rio Grande do Sul e identificar os fatores que favorecem e dificultam a realização do trabalho. Os dados foram coletados de março a julho de 2007 por meio de um questionário. A amostra foi composta por 24 enfermeiros. A análise dos dados possibilitou construir dois eixos temáticos: fatores que favorecem e que dificultam a realização do trabalho do enfermeiro. Os resultados sugerem que os enfermeiros percebem satisfação no trabalho. No entanto, é necessário repensar o processo de trabalho desse profissional para fortalecer as ações perante o usuário do Sistema Único de Saúde e buscar resolutividade diante das necessidades da comunidade.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Serviços de Saúde. Saúde do Trabalhador
10 - Perfil dos idosos com alterações cognitivas em diferentes contextos de vulnerabilidade social
Ariene Angelini Dos Santos; Sofia Cristina Iost Pavarini; Tábatta Renata Pereira de Brito
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 496-503
Estudo de natureza quantitativa, descritiva, transversal. Teve como objetivo caracterizar idosos com alterações cognitivas, usuários de Unidades de Saúde da Família (USF), que residem em diferentes contextos de vulnerabilidade social. A população estudada foi composta por pessoas com idade a partir de 60 anos, cadastrados em USFs do município de São Carlos. A coleta de dados consistiu em entrevista estruturada, utilizando-se de Genograma e Critério Brasil. Os resultados mostram que idosos que vivem em contexto de muito baixa, baixa ou média vulnerabilidade, são em sua maioria do sexo feminino, viúvos, com 80 anos de idade e mais, inseridos na classe social B. Os que vivem em contexto de alta e muito alta vulnerabilidade são predominantemente do sexo feminino, casados, com idade de até 80 anos, inseridos na classe social C. Assim, em países como o Brasil, torna-se necessária a reavaliação das estratégias de cuidado que atendam essa faixa etária emergente.
Palavras-chave: Enfermagem. Saúde do Idoso. Programa Saúde da Família
11 - Desafios do processo grupal em reuniões de equipe da estratégia saúde da família
Maristel Kasper Grando; Clarice Maria Dall'agnol
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 504-510
À luz do referencial pichoniano de grupo operativo, desenvolveu-se um estudo qualitativo, exploratório, com o objetivo de analisar as reuniões de uma equipe da Estratégia Saúde da Família, mediante observação e grupos focais. Dentre os achados, desvelou-se uma prática protocolar, centrada em aspectos técnicos, em detrimento das questões que dão suporte ao processo grupal, incluindo aqueles relativos à organização e logística. Dificuldades de expressar ideias e emitir opiniões contrárias emergiram como obstáculos à dinâmica grupal, e a adoção de uma postura crítica representava risco de segregação do grupo. Porém, os debates favoreceram novos insights entre os participantes, rompendo a ilusão de "equipe perfeita", com gradual reconhecimento de que esta concepção permanecia apenas no plano da idealização. Propõe-se a técnica de grupo operativo, postulada por Pichon-Rivière (2005), como uma possibilidade de construção coletiva genuína, considerando-se não somente os resultados, mas o processo percorrido pelos sujeitos, com vistas à aprendizagem grupal.
Palavras-chave: Gestão em Saúde. Administração de Serviços de Saúde. Programa Saúde da Família. Processos Grupais. Grupos Focais
12 - Fixação de cateteres venosos periféricos em crianças: estudo comparativo
Luis Manuel Cunha Batalha; Luísa Paula Santos Costa; Dulce Maria Gomes de Almeida; Patrícia Adriana Almeida Lourenço; Amélia Maria Ferreira Maia Gonçalves; Ana Cristina Guerra Teixeira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 511-518
O estudo descreve e compara dois métodos de fixação de Cateteres Venosos Periféricos, com e sem uso de imobilização com tala, sua interferência no conforto, desenvolvimento das atividades de vida e complicações clínicas, e seu tempo de permanência. Tratase de um estudo prospectivo e descritivo que envolve crianças internadas em dois hospitais, com idades até 10 anos e que necessitaram de colocação de cateteres venosos periféricos, com punção com agulha tipo abocath. A seleção dos casos foi de natureza consecutiva. A análise de 59 casos revela que a fixação dos cateteres venosos periféricos com uso de tala interfere nas atividades de vida, mas reduz os riscos de aparecimento de complicações. O uso desta técnica permanece controverso, e o seu uso rotineiro requerer uma decisão racional, dada a sua interferência nas atividades de vida da criança.
Palavras-chave: Cateterismo Venoso Periférico. Imobilização. Criança
13 - Manejo da dor pós-operatória na visão dos pais da criança hospitalizada
Larissa Domingas Grispan e Silva; Mauren Teresa Grubisich Mendes Tacla; Edilaine Giovanini Rossetto
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 519-526
Considerando os efeitos deletérios da dor pós-operatória na criança e seu direito a receber alívio, sentiu-se a necessidade de estudar esse tema. Pesquisa qualitativa desenvolvida na unidade pediátrica de um hospital público de Londrina - Paraná, visando investigar a percepção dos pais quanto ao manejo da dor pós-operatória pela equipe de enfermagem e seu envolvimento neste processo. Foram entrevistados 10 familiares que acompanhavam crianças submetidas a cirurgias. Os dados foram agrupados em dois temas: caracterização do manejo da dor pós-operatória e estratégias adotadas para o alívio da dor pós-operatória. A terapia farmacológica foi mencionada como principal método utilizado pela equipe para analgesia. Quanto à atuação dos pais, referiram o uso de estratégias não farmacológicas como: distração, brinquedos, entre outros. O tratamento farmacológico é supervalorizado pelos profissionais e pelos pais. Técnicas não farmacológicas são extremamente úteis, porém, é necessário incentivar os pais a participar ativamente no manejo da dor pós-operatória de seus filhos.
Palavras-chave: Dor. Criança. Enfermagem Pediátrica. Família
14 - Qualidade de vida da criança com insuficiência renal crônica
Mirna Albuquerque Frota; Juliana da Costa Machado; Mariana Cavalcante Martins; Viviane Mamede Vasconcelos; Fátima Luna Pinheiro Landin
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 527-533
O estudo objetivou avaliar a qualidade de vida de crianças com insuficiência renal crônica e identificar os domínios mais relevantes. É descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa, para a qual se utilizou a aplicação do Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI). Realizado no Instituto do Rim, em Fortaleza-CE-Brasil, com 13 crianças com diagnóstico de insuficiência renal crônica. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise temática e do programa estatístico EXCEL. Emergiram as categorias: Dor no momento da diálise; Hospitalização; Limitações da doença e tratamento; Expectativa do transplante; e Apoio/aproximação familiar. A análise dos dados indicou que 61,53% das crianças possuem qualidade de vida regular, enquanto 38,46% têm essa qualidade prejudicada. As dimensões mais representativas foram: Lazer e Família, sendo Autonomia a dimensão mais comprometida. A qualidade de vida de criança com insuficiência renal crônica é considerada satisfatória, apesar das limitações.
Palavras-chave: Qualidade de Vida. Saúde da Criança. Insuficiência Renal
Karen Simone Fizinus Rodrigues; Ivete Palmira Sanson Zagonel
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 534-542
Estudo que objetivou conhecer o perfil epidemiológico dos nascimentos de Foz do Iguaçu - Paraná, no período de 2000 a 2008, com base no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e seu principal instrumento, a Declaração de Nascido Vivo (DN). Trata-se de pesquisa descritiva, retrospectiva, com abordagem quantitativa. Na organização e tratamento dos dados para análise estatística, foi utilizado o Programa Excel®. As variáveis incluíram local de nascimento, sexo, peso ao nascer, idade gestacional, tipo de parto, idade materna, escolaridade e número de consultas de pré-natal. Do total de 49.742 nascidos vivos 7,65% a 9,01% nasceram com peso inferior a 2.500 g; 5,42% a 7,37% prematuros; 19,21% a 24,55% eram filhos de mães adolescentes, 5,58% a 7,13% destes prematuros; 6,30% a 2,29% das mulheres não realizaram pré-natal; e 29,01% a 56,94% das mulheres possuíam ensino fundamental incompleto. Conclui-se que a análise pelo enfermeiro da Declaração de Nascido Vivo é um excelente instrumento para planejar ações que visem à qualidade do cuidado à mulher no período da gestação, parto, puerpério e ao recém- nascido.
Palavras-chave: Nascimento Vivo. Perfil de Saúde. Declaração de Nascimento. Indicadores Básicos de Saúde
16 - A experiência de uma prática preventiva com adolescentes em situação de risco
Paula Xavier Gums Mendes; Jussara Gue Martini; Telma Elisa Carraro; Jonas Salomão Spricigo
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 543-550
A prática assistencial aqui relatada teve como objetivo desenvolver com os adolescentes participantes oficinas de prevenção ao uso de drogas. Trata-se de uma prática assistencial que parte do conhecimento, da análise da realidade dos adolescentes, do desenvolvimento de estratégias e da síntese do conhecimento construído. As oficinas foram realizadas no período de dezembro de 2003 a fevereiro de 2004, com a participação de 10 adolescentes residentes na periferia de Florianópolis e considerados em situação de vulnerabilidade e risco social. Percebeu-se que eles, dentro do seu contexto social, vivem uma incongruência com a sua vida e infringem regras sociais, impossibilitando sua realização pessoal.
Palavras-chave: Adolescente. Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias. Educação
Tania Vignuda de Souza; Isabel Cristina dos Santos Oliveira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 551-559
O estudo tem como objetivos: descrever os cuidados prestados pelo familiar/acompanhante e pela equipe de enfermagem à criança durante a internação; analisar as estratégias estabelecidas entre o familiar/acompanhante e a equipe de enfermagem para prestar os cuidados à criança; e discutir a interação do familiar/acompanhante e equipe de enfermagem quanto ao cuidado à criança hospitalizada. É um estudo de caso qualitativo. Os sujeitos são familiares/acompanhantes e equipe de enfermagem. Os dados foram analisados de acordo com a análise temática. Os cuidados prestados pelo familiar/acompanhante são iguais aos desenvolvidos no domicílio, e a equipe de enfermagem presta cuidados de maior complexidade. Os familiares/acompanhantes consideram a equipe de enfermagem atenciosa com seus filhos. Na admissão da criança podem ocorrer interferências como: medo e falta de confiança. Conclui-se que os familiares/acompanhantes que permanecem por mais tempo na instituição ou que reinternam apreendem a cultura hospitalar utilizando a terminologia científica e elaborando estratégias para proteger a criança.
Palavras-chave: Enfermagem Pediátrica. Cuidado de Enfermagem. Criança Hospitalizada. Relações Profissional-Família. Cultura
Janieiry Lima de Araújo; Elisabete Pimenta Araujo Paz; Thereza Maria Magalhães Moreira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 560-566
A hipertensão arterial acomete 20% dos brasileiros, acarreta alta mortalidade e custos financeiros. Este estudo objetivou compreender os sentidos atribuídos ao cuidado de saúde na hipertensão por enfermeiros na Saúde da Família em Pau dos Ferros/RN. Aplicou-se entrevista semiestruturada a 11 enfermeiros das equipes. Na análise utilizou-se a hermenêutica de Gadamer. Como significados do cuidado de saúde, obtiveram-se: o cuidado não é realizado em equipe; o enfermeiro ocupa-se com atividades educativas eventuais e a organização do trabalho das equipes; falta apoio da gestão local ao programa de acompanhamento e controle da hipertensão. Os sentidos destes significados apontaram que o trabalho das equipes se mostra inautêntico com a proposta da Saúde da Família; os enfermeiros estão desmotivados para desenvolver a educação em saúde devido à baixa adesão dos usuários, mas as reconhecem como essenciais; e necessitam de apoio da gestão de saúde para realização de um cuidado sistematizado que atenda as necessidades de saúde.
Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem. Hipertensão. Programa Saúde da Família. Filosofia em Enfermagem
19 - Expressões lúdicas no cuidado hospitalar sob a ótica de enfermeiras
Margrid Beuter; Neide Aparecida Titonelli Alvim
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 567-574
Esta pesquisa discutiu o lúdico no cuidado de enfermagem ao adulto hospitalizado. Os objetivos foram descrever as concepções de enfermeiras sobre o lúdico no cuidado de enfermagem hospitalar e discutir a configuração do lúdico no cuidado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida em um hospital universitário do Rio Grande do Sul com dez enfermeiras com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Utilizou-se o método criativo-sensível e as dinâmicas de criatividade e sensibilidade na produção de dados. A perspectiva lúdica abre a possibilidade de as enfermeiras transgredirem o instituído e transformarem o cotidiano do cuidado pelo bom humor e descontração no falar e no agir, tornando o convívio acolhedor, divertido e agradável. Alegria e descontração são expressões lúdicas que qualificam o cuidado e emergem no ato de cuidar da enfermeira. Configuram-se como restauradoras da saúde do cliente, na medida em que facilitam a interação, promovendo o processo de socialização e comunicação.
Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem. Criatividade. Hospitalização
Marléa Chagas Moreira; Vilma de Carvalho; Marcelle Miranda da Silva; Nádia Foutoura Sanhudo; Michelle Bernardino Filgueira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 575-584
O estudo teve como objetivos mapear as teses e dissertações produzidas no Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem Anna Nery com enfoque na enfermagem em oncologia e analisar as repercussões diante dos aspectos epistemológicos destacados. Estudo exploratório, descritivo, retrospectivo e bibliográfico de 59 estudos (45 dissertações e 14 teses) produzidos de 1980 a 2009. O referencial teórico-metodológico foi a Metodologia de Categorização Epistemológica para a Pesquisa na Enfermagem. Os resultados indicam que a produção analisada é mais setorizada na área da oncologia clínica, com ênfase nos aspectos Gestão Saúde/Enfermagem, Saúde da Mulher e Fundamentos do Cuidado de Enfermagem. Houve predomínio de estudos na perspectiva sociológica com abordagem qualitativa. As repercussões demonstradas nos aspectos epistemológicos destacados possibilitam afirmar que o conhecimento produzido é consistente com a complexidade e as tentativas de explicação sobre a arte de cuidar dos clientes com câncer e com esforços de definir/ampliar critérios e padrões assistenciais. Enfermagem Oncológica. Pesquisa em Enfermagem. Educação de Pós-graduação em Enfermagem
Palavras-chave: Enfermagem Oncológica. Pesquisa em Enfermagem. Educação de Pós-graduação em Enfermagem
Luiz Henrique Prado da Silva; Letícia de Oliveira Borba; Marcio Roberto Paes; Andréa Noeremberg Guimarães; Maria de Fátima Mantovani; Mariluci Alves Maftum
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 585-590
Pesquisa descritiva. Objetivo: caracterizar o perfil dos dependentes químicos atendidos na unidade de reabilitação de um hospital psiquiátrico.Participaram 30 dependentes químicos. Os dados foram coletados mediante entrevista. A faixa etária prevalente foi entre 26 e 33 anos: 50% estavam empregados; 77% perderam o emprego pelo menos uma vez pelo abuso de drogas; 80% tiveram episódios de separação relacionada com o uso de drogas; 11 participantes tinham diagnóstico de transtorno mental antes do internamento e, destes, 9 tentaram suicídio; 71% iniciaram o uso de drogas pelo álcool com maior prevalência na faixa etária dos 12 a 19 anos; 71% tiveram contato com a droga no meio familiar e 30% dos casos, por meio de amigos. O abuso dessas substâncias afeta pessoas em idade produtiva, adultos jovens, e prejudica o desempenho no trabalho e na relação familiar.
Palavras-chave: Saúde Mental. Enfermagem. Drogas
Márcia Elena Andrade Santos; Nayara Torres Quintão; Renata Xavier de Almeida
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 591-598
A pesquisa objetiva avaliar o desenvolvimento de crianças de 0 a 24 meses matriculadas em uma creche de Ipatinga, Minas Gerais, através dos marcos do desenvolvimento infantil propostos pela Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância. Trata-se de um estudo descritivo com análise quantitativa dos dados. A amostra foi composta por 20 crianças de 0 a 24 meses, e os dados foram coletados no período de 13 de fevereiro a 6 de março de 2009. Das 20 crianças avaliadas, 4 (20%) foram classificadas com "Possível atraso"; 1 (5%), com "Provável atraso"; e 15 (75%), com "Desenvolvimento normal". Os resultados encontrados demonstraram que a ficha de acompanhamento do desenvolvimento proposta pelo Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil constitui-se em um instrumento de triagem de fácil aplicação, de baixo custo operacional e capaz de realizar a detecção precoce dos atrasos, devendo, portanto, fazer parte das ações do enfermeiro na consulta de puericultura.
Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil. Creches. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
REFLEXÃO
Jacqueline Sallete Dei Svaldi; Hedi Crecencia Heckler de Siqueira
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 599-604
Este texto propõe uma discussão sobre o ambiente hospitalar saudável e sustentável destacando-se as contribuições da enfermagem nesse processo. As bases filosóficas encontram-se ancoradas na teoria ecossistêmica que analisa as sensibilidades necessárias para entender a natureza e os elementos estruturantes do ambiente/espaço hospitalar. Enfatiza-se a força aglutinadora das Unidades Produtivas que, de maneira interdependente e inter-relacionada, devem buscar o espaço sustentável e saudável através da cooperação, flexibilidade e parceria dos elementos constituintes. Reitera-se que a realimentação constante do conhecimento, envolvendo de forma sistêmica todas as Unidades Produtivas, pode facilitar as atualizações necessárias para acompanhar as modificações e transformações do espaço e, assim, do próprio cosmos. Compreende-se que o profissional de enfermagem, ao favorecer a construção de inter-relações em um processo de interconexões, pode ser o agente de transformação e representar os nós conectivos que tecem a rede viva da organização do ambiente hospitalar, levando-o à sustentabilidade e a ser mais saudável.
Palavras-chave: Ambiente de Instituições de Saúde. Ecossistema. Sistema de Saúde. Enfermagem
24 - Reflexões acerca do abuso de drogas e da violência na adolescência
Kelanne Lima da Silva; Fernanda Lima Aragão Dias; Neiva Francenely Cunha Vieira; Patrícia Neyva da Costa Pinheiro
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 605-610
Estudo qualitativo que objetivou a realização de ações de Educação em Saúde visando à reflexão crítica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos. Realizado em uma escola pública de Fortaleza, com 23 adolescentes de 14 a 20 anos, nos meses de setembro e outubro de 2007. Adotou-se como referencial teórico-metodológico a pesquisa-ação. Os dados foram coletados durante a realização de quatro oficinas de grupo focal, juntamente com o diário de campo. Observou-se que os adolescentes experimentam as drogas por desinformação, curiosidade e fácil acesso. O uso de drogas pode desencadear a violência reconhecida por atitudes agressivas, o que limita sua compreensão. As estratégias de Educação em Saúde direcionadas aos adolescentes contribuem para um padrão de vida mais saudável, pois facilita a identificação dos fatores de riscos e tem a finalidade de reduzir a vulnerabilidade desses adolescentes.
Palavras-chave: Educação em Saúde. Adolescente. Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias. Violência
Allyne Fortes Vitor; Marcos Venícios de Oliveira Lopes; Thelma Leite de Araujo
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 611-616
OBJETIVO: submeter a teoria do déficit de autocuidado de Orem a uma reflexão crítica. Metodologia: estudo teórico sobre os aspectos Importância e Aplicabilidade contidos no Modelo de Análise Crítica de Chinn e Kramer para análise crítica da teoria do déficit de autocuidado. Desenvolvido no período de outubro a dezembro de 2008.
RESULTADOS: o posicionamento da teoria do déficit de autocuidado está essencialmente relacionado à filosofia da enfermagem e demonstra potencial para influenciar ações de enfermagem, em especial relativas à educação para o autocuidado em pacientes portadores de cardiopatia isquêmica.
CONCLUSÕES: a enfermagem, mediante a teoria do déficit de autocuidado, pode oferecer condições mais saudáveis e de maior autonomia ao indivíduo portador de cardiopatia isquêmica.
Palavras-chave: Enfermagem. Teoria de Enfermagem. Autocuidado. Isquemia Miocárdica
REVISÃO
Maria Cristina de Melo Pessanha Carvalho; Ana Beatriz Azevedo Queiroz
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 617-624
Estudo emergido de recorte de dissertação de mestrado, ilustrando a evolução histórica das lesões precursoras do câncer cervicouterino (LPCCU). Trata-se da história das LPCCU, delineando a relevância do conhecimento para prática do enfermeiro na área da saúde da mulher. O conceito de LPCCU inicia-se a partir do século XIX, dando início aos estudos das células alteradas.
OBJETIVO: descrever as diversas fases da evolução histórica das alterações cervicais. Estudo qualitativo, descritivo-analítico, recorte temporal no período de 1940 a 2008. Dados levantados mediante bibliografia de fonte primária e recurso BIREME. Pontuaram-se as classificações que já existiram, destacando a Nomenclatura Brasileira, importante para corresponder às necessidades e o perfil da saúde das mulheres do Brasil. Este estudo é o ponto de partida para respaldar as práticas de consulta de enfermagem ginecológica com abordagens educativas, contemplando a população feminina em ações preventivas e incentivo ao tratamento.
Palavras-chave: História Natural. Neoplasias do Colo do Útero. Enfermagem Ginecológica. Saúde da Mulher
27 - Uma aproximação ao conceito de gerência e administração aplicado à disciplina de enfermagem
Joana Hernández Ortiz; Danelia Gomez Torres
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010;14(3): 625-632
O presente trabalho foi desenvolvido diante da indagação dos términos em periódicos virtuais em médios eletrônicos. O objetivo foi obter informação das definições de gerência e administração e, ao mesmo tempo, realizar a interpretação de dados e efetuar uma crítica de cada uma das definições selecionadas, contrastando com os conhecimentos de enfermagem, já que estes geralmente ficam forjados dentro da área empresarial. Utilizou-se a metodologia baseada nos constructos, aplicada para reeducar deficiências terminológicas. Ao analisar cada um destas definições, identificou-se que a gerência e a administração coincidem em alguns aspectos e têm similitudes, mas, na prática, não realizam as mesmas ações já que a gerência é a estratégia e a administração é a execução. Desta maneira, os resultados obtidos foram dois conceitos aplicáveis à disciplina de Enfermagem, concluindo que toda disciplina precisa de outras áreas de conhecimento.
Palavras-chave: Enfermagem. Conhecimento. Gerência