Volume 14, Número 3, Jul/Set - 2010
PESQUISA
Expressões lúdicas no cuidado hospitalar sob a ótica de enfermeiras
Playful expressions in hospital care on the view of nurses
Expresiones lúdicas en el cuidado hospitalario bajo la óptica de enfermeras
Margrid BeuterI; Neide Aparecida Titonelli AlvimII
IEnfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGEnf) da UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem. Santa Maria-RS-Brasil. E-mail: margridbeuter@gmail.com
IIEnfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Associada do Departamento de Enfermagem Fundamental, da Escola de Enfermagem Anna Nery/Universidade Federal do Rio de Janeiro (DEF/EEAN/UFRJ). Coordenadora Adjunta do Curso de Doutorado. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Fundamentos do Cuidado de Enfermagem (NUCLEARTE). Rio de Janeiro-RJ-Brasil. E-mail: titonelli@terra.com.br
RESUMO
Esta pesquisa discutiu o lúdico no cuidado de enfermagem ao adulto hospitalizado. Os objetivos foram descrever as concepções de enfermeiras sobre o lúdico no cuidado de enfermagem hospitalar e discutir a configuração do lúdico no cuidado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida em um hospital universitário do Rio Grande do Sul com dez enfermeiras com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Utilizou-se o método criativo-sensível e as dinâmicas de criatividade e sensibilidade na produção de dados. A perspectiva lúdica abre a possibilidade de as enfermeiras transgredirem o instituído e transformarem o cotidiano do cuidado pelo bom humor e descontração no falar e no agir, tornando o convívio acolhedor, divertido e agradável. Alegria e descontração são expressões lúdicas que qualificam o cuidado e emergem no ato de cuidar da enfermeira. Configuram-se como restauradoras da saúde do cliente, na medida em que facilitam a interação, promovendo o processo de socialização e comunicação.
Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem. Criatividade. Hospitalização.
ABSTRACT
The following research discussed playful activities in nursing care provided to hospitalized adults. The objectives were to describe the concepts of nurses on playful activities in hospital nursing care and discuss the configuration of playful activities in such care. It was a qualitative research developed in a university hospital in the state of Rio Grande do Sul with ten nurses, approved by the Committee for Ethics in Researching. A creative-sensitive method has been applied and the dynamics for creativity and sensitiveness in the data production. The perspective on playful activities opens the possibility for the nurses to go beyond the instituted and transform the quotidian of care by the good environment and mood at talking and acting, making the relationship close, funny, and pleasant. Joy and relaxation are playful expressions that qualify the care and come up in the act of giving care; theyrepresent recovery to the patient's health since they facilitate the interaction, promoting the process of socialization and communication.
Keywords: Nursing care. Creativeness. Hospitalization
RESUMEN
Esta investigación discutió el lúdico en el cuidado de enfermería al adulto hospitalizado. Los objetivos fueron describir concepciones de enfermeras acerca del lúdico en el cuidado de enfermería hospitalaria y discutir la configuración del lúdico en el cuidado. Se trata de una investigación cualitativa desarrollada en un hospital universitario de Rio Grande do Sul con diez enfermeras con aprobación del Comité de Ética en Investigación. Se utilizó el método creativo-sensible y las dinámicas de creatividad y sensibilidad en la producción de los datos. La perspectiva lúdica abre la posibilidad para que las enfermeras transgredan el instituido y transformen el cotidiano del cuidado por el buen humor y tranquilidad en el hablar y en el actuar, haciendo el convivio acogedor,divertido y agradable. Alegría y tranquilidad son expresiones lúdicas que cualifican el cuidado y emergen en el acto de cuidar de la enfermera. Se configuran como restauradoras de la salud del paciente, en la medida en que facilitan la interacción, promoviendo el proceso de socialización y comunicación.
Palabras clave: Atención de Enfermería. Creatividad. Hospitalización.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O lúdico vem sendo discutido sob várias vertentes e áreas de conhecimento, como na sociologia, na filosofia, na educação, na psicologia, entre outras. Ele pode manifestar-se por meio do brinquedo (objeto) ou do brincar (ação), pelo jogo (como elemento da cultura), como divertimento (gerando sentimentos de alegria, prazer, satisfação...), pelas atividades de lazer (ir ao cinema, teatro, passear...). Portanto, é bastante comum observar a utilização dos termos jogo, brinquedo, brincadeira, brincar, festa e lazer em substituição à palavra "lúdico".1
O período denominado pré-industrial considerava que trabalho e lazer não eram excludentes, ambos eram impregnados de ludicidade. Com a chegada do capitalismo, cuja ênfase encontra-se na produção e no lucro, maneiras de viver mais espontâneas ou consideradas sem respostas diretas à sociedade industrial foram desconsideradas. O lúdico, concebido como improdutivo, já não é mais comum a todas as idades e classes sociais, ficando relegado à criança, que ainda não faz parte desse sistema. Ele se descaracteriza e o homem deixa de expressar-se livremente, obedecendo a uma nova ordem: da produção e do consumo. Assim, a partir do desenvolvimento industrial, surge a dicotomia entre o lúdico e o trabalho. Isto porque, no ideário capitalista, o homem se dignifica através do trabalho, e o lúdico, nesta perspectiva, desprestigia o homem.2
Esta visão capitalista do ser humano não é ecológica. A ecologia não se delimita a flora e a fauna, mas também abarca a subjetividade humana, expressa nas palavras, nas frases, nos gestos de solidariedade e de criatividade humana. A subjetividade capitalista, dentro de uma visão aniquiladora de homem-máquina, de produção de subjetividades, desenfreada, pode levar a destruição da humanidade.3
O lúdico não se circunscreve apenas ou, necessariamente, ao desenvolvimento de uma atividade do ponto de vista material, a exemplo de um jogo, de um brinquedo, de uma música ou de uma pintura, num espaço e tempo determinados, mas como uma expressão humana. Nessa perspectiva, ao objeto ou à ação que se pretende lúdica, devem ser acrescidos valores humanos, como a sensibilidade, a criatividade, a solidariedade, a ética, a estética, o altruísmo, a alegria, entre outros.4
Não pretendemos, com isso, separar o lúdico da possibilidade de seu componente material, mas que ele possa ser captado pelos sentidos humanos, algo a ser visto, ouvido, tocado, cheirado, saboreado. Assim, à ação deverão ser acrescidos valores humanos para enfim tornar-se lúdica. O que seria do jogo sem indivíduos embebidos pela ludicidade para brincar e, assim, obter prazer lúdico no brinquedo? Afinal, o jogo, a pintura, o brinquedo, ou qualquer outro objeto ou atividade, por si só, não possuem vida.
Ao concebermos o lúdico nesta dimensão, ele não se situa mais no campo da dicotomização criança-adulto, trabalho-folga, seriedade-brincadeira. Entendemos que o brincar na vida do adulto não significa momento de descanso do trabalho, mas uma oportunidade de liberdade, transcendendo a concepção do lúdico como instrumento, isto é, com uma visão de ferramenta, com valor utilitário, ou mesmo, como atividade de lazer que corresponde à ocupação do tempo livre. Sob esta ótica, diferentemente do lazer, o lúdico não está condicionado, necessariamente, ao tempo livre. Ou seja, a ação do lúdico independe do estado do tempo: se ocupado ou livre.
Trazendo essa análise para o território hospitalar, o tempo do cliente gerado na hospitalização não se caracteriza como tempo livre. Na verdade, ele tem seu tempo ocupado pelo tratamento, pela doença, pelas intervenções de enfermagem, pelos profissionais de saúde. Tempo em que está submetido às manipulações alheias, seja do médico, da enfermeira ou da equipe de enfermagem, sempre disponível a alguém ou mesmo à sua revelia, no esforço de cumprir a exigência de permanecer como um corpo passivo e dócil, supondo que assim procedendo estará garantindo o direito de ser cuidado ou de restabelecer sua saúde.
Independente da 'ocupação do tempo' do cliente e do profissional, pensamos que o lúdico pode manifestar-se na expressão subjetiva do cuidado de enfermagem através do sorriso, do carinho, da atenção, do toque afetivo, do olhar empático, da conversa atenciosa. Em outras palavras, quando a enfermeira utiliza o seu corpo para interagir e cuidar do cliente. Ademais, o lúdico também pode expressar-se na utilização de suportes materiais, com os efeitos terapêuticos proporcionados por sua ação lúdica: revistas, jornais, aparelho de televisão, rádio e outros. Consideramos, assim, que o lúdico tanto tem sua materialidade em um objeto, como jogo, aparelho de televisão, rádio ou som, quanto é manifestado através do sorriso, do toque, do diálogo das pessoas em interação. Em ambas as situações, ele se territorializa no contexto do cuidado de enfermagem, uma vez que sua essência transcende a qualquer meio material, limitação de tempo ou espaço.
Compartilhamos que "é possível envolver no contexto do cuidado a sensibilidade, a solidariedade, a troca, a compaixão e, também, a desordem. Desordem que traz à tona a 'passividade ativa' dos pares, sufocados pelas ações meramente racionais"5:370. Nesse sentido, o cuidado se circunscreve no respeito ao cliente, lhe oferecendo tratamento adequado, escuta sensível capaz de possibilitar um cuidado de enfermagem digno, de qualidade e verdadeiramente humano.
Sob este prisma, o lúdico emerge tipificado como cuidado de enfermagem, expresso com sensibilidade e criatividade, envolvendo estética, ética, emoção e intuição dos sujeitos partícipes do cuidado. Nessa perspectiva, cuidar não se refere somente às necessidades de sobrevivência, de base biológica, mas também a outros impulsos que motivam o sujeito no seu aspecto subjetivo e que estão na ordem do desejo ou demanda psíquica.6 É, portanto, uma ação incondicional da enfermeira que envolve movimentos corporais, impulsos e emoções (amor, ódio, alegria, tristeza, esperança, desespero), energia, disponibilidade para sentir, tocar o outro. É também um ato libertador da enfermeira; ele lhe dá autonomia, configura-se como ação política, transpessoal, transversal e espiritual.7
O cuidado, nessa visão, se expressa de modo interpessoal, em que a pessoa da enfermeira afeta e é afetada pela pessoa do cliente, pela sua presença, seus sentimentos, suas emoções, e ambos são coparticipantes do cuidado. Devemos, deste modo, buscar alternativas capazes de resultar em um equilíbrio entre as implicações que envolvem a questão da saúde e as necessidades e os desejos de ambos os atores envolvidos no processo de cuidar: a enfermeira e o cliente. Isso significa criar espaços de liberdade e de transgressão aos limites impostos pelo território hospitalar.
Situando esta reflexão no trabalho em saúde, pensamos que neste campo não pode preponderar a lógica do trabalho morto, expresso nos equipamentos e nos saberes tecnológicos estruturados. O ser humano necessita de tecnologias de relações, que vão além dos saberes tecnológicos estruturados, podendo expressar-se, também, no plano simbólico, além da matéria e do concreto, o que, segundo a classificação das tecnologias em saúde se denomina 'tecnologias leves'.8
O lúdico pode situar-se neste contexto, uma vez que há a intencionalidade de produzir relações de reciprocidade, de interação, de diálogo, de alegria, de solidariedade. Em suma, uma relação em que o cliente e a enfermeira compartilham momentos de efetiva e recíproca relação de bem-estar e conforto. Nessa concepção, o cuidado não ocorre tão somente de modo mecânico e técnico, mas também envolve sentimentos, emoção e prazer no ato de cuidar. Portanto, não se caracteriza por um procedimento maquinal, mas por uma prática que engloba sentidos subjetivos como a intuição, a criatividade, a sensibilidade e a percepção.
O atual estágio de utilização tecnológica e da racionalidade não deve ser desconsiderado. De fato, há necessidade de buscar a harmonia entre a racionalidade, o uso de equipamentos tecnológicos e os sentimentos humanos. Ao conceber o lúdico intrínseco ao cuidado de enfermagem, este não ficará limitado a uma atividade determinada, nem preso a um espaço e tempo definidos. A intenção é ampliar os horizontes de sua aplicabilidade, possibilitando a enfermeira assumir uma atitude mais humana na realização do cuidado.
Face às estas considerações, a presente pesquisa discutiu o lúdico no cuidado de enfermagem junto ao adulto hospitalizado, na ótica de enfermeiras, tendo como objetivos: descrever as concepções de enfermeiras sobre o lúdico no cuidado de enfermagem hospitalar; e discutir a configuração do lúdico no cuidado de enfermagem, neste território.
METODOLOGIA
A abordagem foi qualitativa. O método utilizado foi o Criativo-Sensível (MCS).9 Nele, a produção de dados ocorre através do estímulo à criatividade e da expressão da sensibilidade. A produção, análise, discussão e validação dos dados no MCS ocorrem no interior das dinâmicas de criatividade e sensibilidade (DCS).
A pesquisa foi desenvolvida em um hospital universitário do Rio Grande do Sul, considerado referência em saúde para a região centro do estado. Sua atenção está voltada para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da assistência em saúde. Os sujeitos da pesquisa foram dez enfermeiras com idade variando entre 25 e 50 anos, que atuam nas Clínicas Médicas e Cirúrgicas, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e no Setor de Nefrologia do mencionado hospital. A escolha destas unidades deveu-se ao fato de que, nestes locais, são assistidos exclusivamente clientes adultos hospitalizados. O tempo de experiência profissional das enfermeiras participantes oscilou entre nove meses a dezenove anos, o que enriqueceu as reflexões desenvolvidas no grupo pelas diferentes vivências de cada enfermeira em virtude do tempo de atuação profissional.
Em atenção aos princípios éticos previstos pela Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, que dispõe sobre as Normas de Pesquisa com Seres Humanos, esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Federal de Santa Maria, protocolo nº 401/03. Foi solicitada autorização por escrito à direção do hospital, cenário da pesquisa para a sua realização. Além disso, todas as enfermeiras participantes da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Solicitamos, ainda, às participantes, autorização para gravar e fotografar as dinâmicas, bem como para utilizar os dados nelas produzidos. Foi esclarecido que apenas as informações a elas veiculadas seriam usadas, permanecendo sigilosa a identidade de cada uma por meio da utilização de pseudônimos. Assim, elas foram identificadas por nomes próprios fictícios, escolhidos por elas.
As fontes primárias da pesquisa se constituíram das produções artísticas das participantes, geradas no âmbito das DCS, e do resultado das discussões grupais e da observação participante, registrado por meio de diário de campo e gravação, seguida de transcrição. Tudo isso compôs o relatório de cada dinâmica.
Tipo de dinâmica de criatividade e sensibilidade
A temática desenvolvida no interior das DCS foi "o lúdico no cuidado de enfermagem no cenário hospitalar". Foram realizadas as dinâmicas "Costurando Estórias" e "Corpo-Lúdico", desenvolvidas em cinco momentos. O primeiro correspondeu à recepção dos participantes e a realização de uma técnica de relaxamento. No segundo momento, ocorreu a exposição da dinâmica e dos seus objetivos. No terceiro momento, foi desenvolvida a produção artística individual fundamentada nas seguintes questões geradoras de debate: 1) Qual a sua concepção sobre o lúdico no cuidado? e 2) De que forma e em que situações o lúdico se manifesta no cuidado de enfermagem? (desenvolvidas na dinâmica "Costurando Estórias"); e 3) Como o lúdico se manifesta no seu corpo no ato do cuidado? O quarto momento caracterizou-se pela apresentação das produções individuais e pelo debate. No quinto momento, foram realizadas a análise e a validação coletiva dos dados.
A análise dos dados foi feita através da análise de discurso.10 Assim, foram analisados fragmentos discursivos dos diálogos dos sujeitos da pesquisa, considerando, para isso, o contexto histórico-social em que o discurso foi produzido e o lugar de onde falavam os interlocutores. Neste tipo de análise, o texto é visto como unidade de significação; é o lugar mais adequado para se observar o fenômeno da linguagem porque parte da totalidade, e não das partes segmentadas, procede se analiticamente.10
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das questões geradoras de debate enunciadas nas dinâmicas "Costurando Estórias", as enfermeiras trouxeram para o espaço de discussão grupal suas vivências e experiências de cuidado, especialmente na práxis hospitalar, momento em que, ao longo do debate, no movimento de codificação, descodificação e recodificação temática, elas foram costurando suas estórias acerca do cuidado. Na sequência, a proposta da DCS "Corpo-Lúdico" derivou-se dos resultados da DCS "Costurando Estórias", momento em que as enfermeiras trouxeram para o espaço coletivo de discussão a reflexão sobre o fato de que o lúdico se expressa na disponibilidade do corpo do cuidador para o cuidado.
A partir do desenvolvimento dessas dinâmicas, foi possível verificar que, na ótica das enfermeiras, participantes do estudo, o lúdico está intrínseco na própria arte do cuidar. Ele toma lugar na expressividade do cuidado e se expressa sob diferentes modos e formas, como por meio do toque, do olhar, do sorriso, do ouvir, do movimento gestual e da fala, do tom de voz, da conversa, do carinho, da atenção, da interação, do respeito e da valorização da cultura do cliente. Desta feita, no movimento do diálogo no interior das DCS, as enfermeiras foram desvelando suas concepções sobre o lúdico no cuidado, codificando o tema gerador de debate: "concepções de enfermeiras sobre o lúdico no cuidado hospitalar".
Concepções de enfermeiras sobre o lúcido no cuidado hospitalar
Vejamos o fragmento dialógico que tomou lugar no âmbito da dinâmica "Costurando Estórias":
Lúdico... É toda e qualquer manifestação de alegria, descontração, criatividade. (Ângela)
(...) uma alternativa diretamente ligada ao cuidado, proporcionando descontração e bem-estar... No momento em que tu dás atenção às fotos de família... (Maria)
A ciência do cuidar11 deve manter a sua relação com os valores humanos, com destaque para as emoções. Desta forma, a enfermagem não se caracteriza apenas na materialidade do cuidado: técnico, mecânico, rotineiro ou normatizado. Nas entrelinhas do cuidado de enfermagem, ocorre a inter-relação de valores humanos que ultrapassa os limites da simples execução do cuidar. Nas falas das enfermeiras, isto foi concebido como intrínseco ao cuidado qualificado por elas como lúdico, a exemplo do diálogo supra-apresentado, ao referir que o lúdico na relação do cuidado se expressa na alegria, na descontração, na emoção e na sensibilidade da enfermeira, proporcionando conforto e bem-estar.
Para essas enfermeiras, a manifestação do lúdico ocorre por meio do cuidado sensível por meio do qual se revela a preocupação com proporcionar a melhoria do estado do cliente, não somente físico, mas social e emocional. Estudo realizado sobre a arte de cuidar colabora com a discussão ao afirmar que enfermeiras que estabelecem uma relação de cuidado com os clientes através de brincadeiras, da descontração, da conversa alegre, entre outras interações lúdicas, são aquelas que conseguem transgredir as normas e disciplinas instituídas e romper com a seriedade, exigida dos profissionais pela instituição.12
As enfermeiras, sujeitos do estudo, atribuíram ao lúdico elementos subjetivos que, no seu conjunto, qualificam o cuidado de enfermagem. O que ficou claro com o decorrer do movimento dialógico da dinâmica "Costurando Estórias" é que o lúdico abre caminhos para que adultos hospitalizados brinquem, expressem alegria e contentamento, sem preocupar-se com "parecer criança", crítica valorativa da ideologia capitalista que desqualifica o brincar do adulto fora dos espaços legitimados para o lazer.2 O discurso de Neiva acrescentou novos elementos na sua forma de conceber o lúdico:
Todas as influências de valores que, às vezes, as pessoas dão! Valores a determinadas coisas que a gente não se dá conta. Isso é que eu vejo como lúdico. Eles (os clientes) têm uma 'bagagem' que a gente não sabe, os valores deles.
Sua fala remete à análise de que atribuímos significados à realidade própria do mundo em que vivemos. O sentido que tem o mundo para as pessoas determina o seu modo de olhar, as suas escolhas, os seus lugares, que não existem fora de um campo de significação. Esse campo é sempre coletivo, adquirido pela socialização em uma determinada cultura.13 A enfermagem necessita entender o cliente dentro do seu contexto histórico, político e social, onde ele é autor e personagem de sua história social, um agente questionador e participante ativo do cuidado de enfermagem.
Prosseguindo com o diálogo no interior da dinâmica "Costurando Estórias", Ângela enunciou:
O lúdico pode se manifestar de diversas formas. Através de uma conversa informal, de ouvir música, ver televisão, melhorar o ambiente... Abrir a janela, botar uma flor, arrumar... Botar um balão. Revistas, jornais, jogos...
As enfermeiras vão confirmando que a expressão do lúdico no cuidado pode ocorrer sob condições nem sempre excludentes; ora prescinde de suporte material como na manifestação do lúdico sob forma da conversa, do toque, do carinho; ora é condicionado a objetos ou equipamentos a exemplo da leitura, revistas, livros etc. Maria relatou:
(...) No momento em que tu dás opção à pessoa enferma se sentir melhor... Apesar das nossas tarefas... Nós temos que realizar as nossas atividades, mas podemos respeitar, na medida do possível, o tempo do outro... (dinâmica "Costurando Estórias")
O cotidiano da enfermeira segue a lógica racionalista imposta no hospital, onde as normas instituídas neste território exigem rapidez e eficiência na execução de atividades técnicas e administrativas que se avolumam no seu dia-a-dia. Maria ressaltou como obstáculo à expressão lúdica as 'tarefas' que precisam ser executadas. Ela imprimiu na sua justificativa a visão utilitária do lúdico ao limitar sua possibilidade a um espaço de tempo determinado, a algo situado 'fora' e não 'intrínseco' ao cuidado. Há necessidade, segundo o que defendemos nesta pesquisa, da enfermeira transgredir e libertar-se desta visão mecanicista do lúdico no cuidar.
Entendemos que é imprescindível a recuperação de valores humanos, valores do cotidiano, perdidos pelo homemracional, pelo homem-econômico, que privilegiam a razão e o lucro em detrimento de qualidades que são da ordem da subjetividade humana. Nesse ínterim, o lúdico é associado à valorização da criatividade, da sensibilidade e da emoção. Essa perspectiva abre a possibilidade de as enfermeiras transgredirem o instituído e transformarem o cotidiano do cuidado, através do bom humor, da leveza no falar e no agir, tornando o convívio descontraído, acolhedor, divertido e agradável.
Na sequência do discurso polissêmico das participantes da dinâmica "Costurando Estórias", Maria ressaltou que as manifestações de cuidado se expressam ludicamente, conduzindo a uma análise do lúdico como qualidade do cuidado em si:
No jeito que a gente entra na enfermaria, com disposição, com alegria, com o jeito que tratamos a pessoa acamada, na demonstração de interesse sobre ela, sobre a vida de quem está ali, junto de você: Ah! Tu és uma sobrinha. Tu és um netinho! Eu acho que isso é importante!
O discurso reincidente de Maria também teve lugar na dinâmica "Corpo-Lúdico", destacou:
Outra coisa que eu acho é a postura que tu entras (na enfermaria). O jeito que tu estás vestida, de tu vires trabalhar bem. Entende? Tu vires feliz para trabalhar. Então, tu vens ajeitadinha, arrumadinha. Tu não vens bagunçada como se fosse a última coisa do teu dia vir trabalhar... Botar um batonzinho, essa aparência, esse jeito. Eu acho que dá para levantar o 'astral' deles. (...) Eu acho que ajuda um 'monte' para eles se sentirem importantes!
Valorizados! (Neiva)
A estética é abrangente e vai além da aparência física. Ela engloba a preservação da integridade no cuidado, por meio de ações que expressam a sensibilidade, a emoção e a preocupação em relação aos sentimentos dos clientes.14 Este pensamento foi confirmado por Ana, no interior da dinâmica "Costurando Estória":
A forma e até na maneira como a gente chega... O primeiro contato com o paciente, de como a gente se dirige para ele... Até a maneira como a gente trata, como a gente se conduz, como a gente se apresenta também...
O diálogo entre Ana e Maria revela a qualidade do cuidado sensível, levando em consideração os valores sociais e humanos, as emoções e os desejos do cliente. Ana desvela a estética da aproximação associando a subjetividade do cuidado na práxis da enfermeira. Ao prolongar o tempo de visita do familiar, Ana revelou a estética da sensibilidade associando, também, a subjetividade do cuidado na sua práxis, e complementou:
(...) Ou veio de longe... Podem dizer, gurias! Isso não é lúdico!? Eu creio que é lúdico. Ou dá uma satisfação, uma sensação de respeito por aquela pessoa. Eu vejo isso também como um ponto importante! Aquela conversa com descontração, também, que envolve muito! (dinâmica "Costurando Estórias").
Ana trouxe para a discussão um outro componente importante do cuidado - a conversa, cuja ressonância se encontra na fala de Fátima:
jeito que a gente chega dentro de uma enfermaria... Até, às vezes, uma palavra de esclarecimento sobre a situação do paciente. Muitas vezes, ele (o cliente) se pergunta: O que estou fazendo aqui? Que medicação? O que vai acontecer comigo? Vou ter alta hoje ou não? Então, às vezes, uma conversa é muito importante! (dinâmica "Costurando Estórias").
O discurso de Fátima revela a necessidade de se considerar os desejos e questionamentos expressos na conversa com o cliente, desta forma desvelando a estética da conversação. Uma tipologia de cuidado foi proposta em tese de doutorado com base no indicativo de cuidados feito pelos próprios clientes, que emergiu de suas necessidades e desejos, tendo sido a conversa classificada como "cuidado de enfermagem".15 Posteriormente, esta tipologia foi ratificada em outros estudos.16-17
O discurso de Fátima salientou a conversa como forma de promover a aproximação entre a enfermeira e o cliente, de modo a minimizar as sensações de medo, insegurança e dúvidas diante da situação de hospitalização. A conversa, na visão da enfermeira, transmite afeto, solidariedade, disposição em ajudar o outro, demonstrando interesse pelos seus sentimentos. Assim, se ratifica sua importância no cuidado de enfermagem que se expressa ludicamente, na medida em que traz segurança e bem-estar ao cliente.
Prosseguindo, a enunciação dialógica entre participantes no interior da DCS "Costurando Estórias" foi confirmando a importância da conversa no cuidado:
Às vezes, os pacientes ficam lá sem conversar com ninguém... (Neiva)
Isso, mesmo! (Ângela)
(...) Um paciente meu, acho que... Estava ansioso... Porque foi só chegar lá, conversar com o paciente e tudo. Daí a pouco já não tinha mais nada. (Neiva)
O lúdico pode ser usado, trabalhando normalmente no nosso dia-a-dia. Muitas vezes, usamos o lúdico mesmo sem nos darmos conta dele, simplesmente conversando com o paciente, ou ouvindo, não é? (Beatriz)
Assim, as enfermeiras foram costurando com suas estórias a concepção do lúdico como expressão estética no cuidado. Suas falas sugerem que o lúdico emerge na dimensão estética quando cuidamos com criatividade. Podemos inferir que, ao entender o ato de falar e de ouvir como ações de cuidado, é possível aproximarmos do cliente, bem como desvelarmos o seu mundo. Deste modo, no espaço dialógico das dinâmicas, as enfermeiras foram gradualmente reconstruindo sua opinião sobre o lúdico e a transformando em um conhecimento mais crítico sobre a sua expressão no cuidado de enfermagem.
O movimento dialógico entre as enfermeiras foi confirmando o lúdico como uma qualidade do cuidado de enfermagem, expressas em diferentes manifestações da enfermeira. A fala de Maria destacou a existência de diferentes maneiras de interação com o cliente que não somente a comunicação verbal. Assim, ela considerou importante a linguagem corporal como forma de comunicação, utilizando os outros sentidos, como a visão e a audição: o olhar e o ouvir atentamente. Posteriormente, acrescentou um outro aspecto importante no cuidado: o toque.
(...) Então, o toque é superimportante!! Eu sou muito do pegar, do botar a mão, não só para ver se está sudorético... (Maria)
Sua fala destaca que é necessário considerar outros aspectos que possam transcender a execução apenas de procedimentos técnicos, incorporando aqueles que evoquem o humano no cuidado. Assim, o toque emerge como linha de fuga do instituído, do técnico, do mecânico, do rotineiro, na busca da ressingularização do cuidado de enfermagem, em uma linguagem 'guattariana'.
Perguntamos: O que você percebe quando toca?
(...) Elas (clientes) relaxam, ficam mais receptivas! Um toque sem luva! Tu tocas com luva, tu não fazes o mesmo afago com luva... (Maria)Não é a mesma coisa! (Vera)
Para mim, a parte mais importante é a expressão facial. O rosto traz um monte de coisas... Traz o teu olhar! O jeito que estas olhando, se estás triste, se estas feliz, se estas com raiva, se estas com pena ou nojo. (...) O carinho. Fazer um carinho numa pessoa, mas um carinho verdadeiro!! Pegar na mão de vez em quando... Isso faz a diferença! (Susana)
O discurso das enfermeiras ratificou que o lúdico qualifica o cuidado, especialmente por meio das interações humanas através dos sentidos corporais, sempre considerando as singularidades dos sujeitos envolvidos: cliente e cuidador. Tanto os gestos dos corpos das enfermeiras quanto dos clientes expressam sentimentos muitas vezes paradoxais: amor, ódio, aproximação e distanciamento etc. Isto confirma a análise de Susana, que identificou a expressão facial como forma de comunicar e interagir com o outro, através da qual pode resultar em uma experiência positiva ou negativa de cuidado. Ela associou o olhar ao toque, como forma de complementar e valorizar, ambos, toque e olhar, como expressão do 'carinho verdadeiro', que, segundo ela, 'faz a diferença'.18
Assim, as enfermeiras foram confirmando o lúdico como cuidado tecnológico classificado como 'leve', cuja intenção é produzir relações de reciprocidade, de acolhimento. No trabalho em saúde, todas as tecnologias são necessárias, mas a tecnologia de produção de relações deve preponderar sobre as demais, pois, através de encontros de subjetividades, o cliente pode resgatar sua singularidade, sua autonomia e sua cidadania.8
Ângela entrou no espaço dialógico e sintetizou a discussão do momento:
Eu acho que a expressão facial, o olhar, o sorriso, o ouvir... E o toque!? O carinho, todo o nosso corpo... Até as palavras... O conteúdo, o tom, a maneira que tu falas, o tom de voz... (dinâmica "Corpo-Lúdico").
Perguntamos: De que maneira isso se manifesta ludicamente?
Ah! O sorriso, a expressão facial, todo o corpo, né! (Ângela)
As enfermeiras trouxeram em seu discurso uma concepção de lúdico como expressão do cuidado criativo e sensível que se manifesta não somente no cuidado técnico, mas na linguagem corporal, através de gestos, atitudes e sons, por meio da qual tanto a enfermeira quanto o cliente reconhecem o que está sendo comunicado. Vejamos o discurso de Maria e Susana, na dinâmica "Costurando Estórias":
(...) Ou então dizem (os clientes) Ih! Hoje ela está diferente, o que será que houve? Eles fazem tu mudares! Porque, às vezes, tu não estás bem. Você entra ali com uma dor de cabeça... E eles percebem. _Hummmm. E eles dizem: O que tem com a minha enfermeira hoje? Que, no caso, é como me chamam muito lá. Ali eles conseguem te mudar! Eles modificam, não só tu modificando... (Maria)
Esses dias uma paciente disse para mim: Coitadinha, tu estás cansada e triste hoje! Então, eles notam, eu não tinha falado nada para ela... (Susana)
Para Maria e Suzana, o lúdico no cuidado se manifesta através da relação interpessoal, em que a enfermeira afeta e também é afetada pelo cliente, pela sua presença, pelas suas emoções em que ambos trocam energia e fluxos que fortalecem a relação de cuidado. Nesta abordagem, ambos, enfermeira e cliente, são sujeitos criadores, capazes de reinventar modos e formas de cuidado. Assim, o lúdico expresso no cuidado surge no envolvimento, na relação de troca em que tanto o cliente quanto a enfermeira nutrem-se positivamente nesta relação. Desta forma, apreender a realidade do outro, com sensibilidade, compaixão e solidariedade, é um requisito indispensável no processo de cuidar, caracterizado como lúdico pelas coprodutoras de dados da pesquisa.
O discurso de Maria mostra a reciprocidade do cuidado através da capacidade de se solidarizar e comprometer-se com o outro, na medida em que quem cuida e quem é cuidado demonstram prazer e satisfação em compartilharem esse momento. Considerando que o cuidado é recíproco, ele requer uma experiência vivenciada por dois sujeitos: quem cuida e a pessoa que é cuidada. Ambos estabelecem uma relação de coparticipação engendrada por um movimento em espiral, contínuo, não linear, por isso, complexo.
Assim, existe uma série de situações que emergem do espaço do cuidado e que precisam ser pensadas com criatividade e sensibilidade para que se possa efetivar o cuidado. Os sujeitos envolvidos no processo de cuidar - enfermeiras, equipe de enfermagem e clientes - deverão ser percebidos dentro da multidimensionalidade humana. Os seus desejos, suas necessidades, suas frustrações, seus receios precisam ser considerados para possibilitar a expressão lúdica no cuidado de enfermagem.18
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É oportuno reiterar que, embora reconheçamos a importância das atividades de lazer e recreação no cuidado, nossa maneira de conceber o lúdico e que foi discutida nesta pesquisa não se limita a essas. Ou seja, a despeito da importância de atividades programadas de conteúdo lúdico, visando o bem-estar do cliente adulto hospitalizado, defendemos o lúdico como elemento qualificador do cuidado de enfermagem que se expressa com criatividade e sensibilidade no ato de cuidar da enfermeira. Embora não houvesse a intenção de desconsiderar a 'materialidade' das atividades lúdicas, esta pesquisa teve o compromisso, sobretudo, de resgatar o lúdico que emana da subjetividade do ser humano. Assim, quando concebemos o lúdico no cuidado, pensamos que elementos como a alegria, a descontração, o sorriso, são essenciais no cuidado de enfermagem, capazes de auxiliar na diminuição da tensão e na angústia da hospitalização.
Deste modo, o lúdico no cuidado configura-se como restaurador da saúde do cliente, na medida em que facilita a interação, por meio do desenvolvimento intra e interpessoal, promovendo o processo de socialização e comunicação. Ainda mais, o lúdico no cuidado de enfermagem valoriza a criatividade e o culto à sensibilidade. Afinal, não somos somente razão, mas seres que se expressam com criatividade e sensibilidade, e essa concepção inclui o lúdico.
Entendemos que, para cuidar efetivamente, nós, enfermeiras, precisamos ver o outro, senti-lo, estimulá-lo a participar ativamente do processo de cuidado. Para tanto, não podemos ter receios de inovar, de experimentar; pois, para cuidar com criatividade e sensibilidade, é preciso que se associe razão a intuição, intuição a criação, fantasia permeada de emoção. Deve-se considerar que, via de regra, o hospital é significado como lugar sério, amargo, triste, onde não é desejado estar/ficar. O lúdico, neste espaço, nem sempre se expressa na/pela alegria, ele pode também se manifestar na tristeza. Mas é preciso sensibilidade da enfermeira para imprimir diferentes formas de agir ludicamente na dependência de cada situação, a exemplo de um toque afetuoso, um olhar acolhedor.
Face às imposições que se apresentam no espaço de relações no âmbito do hospital, as enfermeiras procuram as saídas possíveis para o enfrentamento das convenções e a transgressão ao instituído. Com criatividade e sensibilidade, elas vão encontrando as soluções diante dos desafios no mundo do hospital, as linhas de fuga, a transversalidade. E o lúdico é uma destas linhas de fuga, segundo a linguagem 'guattariana', que atravessa o poder instituído.
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Recebido em 25/11/2009
Reapresentado em 25/03/2010
Aprovado em 25/04/2010