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Escola Anna Nery Revista de Enfermagem Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
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CAPES

Volume 6

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O estudo tem a finalidade de apresentar as abordagens metodológicas mais utilizadas, em teses e dissertações, em enfermagem na área de saúde da criança e do adolescente no período de 1995 a 1999.

Esta temática nos remete a pensar em conhecimento científico e ressaltar o compromisso que os Enfermeiros pesquisadores têm assumido, desde a década de 70, para consolidar e legitimar a sua produção no campo científico.

Neste sentido, devemos considerar que a legitimação da Enfermagem no campo científico depende muito do avanço da prática da pesquisa, que é essencialmente uma prática metodológica (LOPES, 2001).

Por outro lado, o exercício da interdisciplinaridade nos levou à ampliação dos saberes para embasar e dar o cunho científico necessário à produção do conhecimento em enfermagem, o que de certo modo, contribuiu para o redirecionamento das abordagens metodológicas utilizadas para a realização das pesquisas.

Assim sendo, para Kuhn ( 2000:256 ):

O conhecimento cientifico, como a linguagem, é intrínsecamente a propriedade comum de um grupo ou então não é nada. Para entendê-lo, precisamos conhecer as características essenciais dos grupos que o criam e o utilizam.

Neste contexto, ressaltamos alguns eventos que marcaram o pesquisar em enfermagem, e dentre estes: a primeira pesquisa realizada pela Dra. Glete de Alcântara em 1952; a reforma universitária ocorrida na década de 70; a criação dos Cursos de Pós-graduação em Enfermagem; e o Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn) / ABEn (OLIVEIRA, 1997 ).

Devemos ressaltar que a tese da Dra. Glete dá origem à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto e poderiamos dizer que estes eventos, de modo geral, têm uma relação direta com os profissionais que estão inseridos na docência, pois a inclusão da pesquisa nos currículos de Graduação em Enfermagem após a reforma universitária e a produção científica como um dos critérios de avaliação docente que passaram a ser uma exigência da academia. A necessidade da qualificação profissional é uma realidade no sentido de preparar os docentes para o desempenho destes novos desafios, ou seja realizar pesquisa na perspectiva de construção de um conhecimento específico e estar apto para o ensino deste pesquisar.

Paralelamente, nas duas últimas décadas houve um crescimento acentuado nos Cursos de Pós-graduação Lato sensu e Stricto sensu em enfermagem, no país. O Lato sensu, apresentando-se como uma possibilidade, não só de qualificar os profissionais para a assistência propriamente dita, mas também para a atualização de conhecimentos tornando-os aptos e em condições de competitividade no processo de ascensão funcional. Quanto ao Stricto sensu, percebe-se, hoje, uma maior mobilização dos enfermeiros, não só os envolvidos com a docência, mas também aqueles envolvidos com a assistência em busca desta qualificação profissional. Com isto, é importante destacar que estamos vivenciando um momento muito especial, a aproximação e a possibilidade da junção teoria-prática, ou seja a academia e as instituições de assistência, aqui representadas pelos enfermeiros, como algo que deve ser uno e indissociável. Nesta perspectiva, o conhecimento produzido pode ser visualizado como aquilo que concretamente poderá causar o impacto tão almejado pela profissão.

Assim, para dar conta desta missão nos reportamos a Demo (2000, p. 91) quando afirma:

O professor carece estudar com afinco sempre renovando as teorias e práticas pós-modernas de aprendizagem, para poder postar-se na frente dos tempos e oferecer ao aluno o que há de melhor. O professor precisa ser o exemplo consumado de quem sabe aprender, para poder fazer o aluno aprender; é a ponta de lança dos " trabalhadores do conhecimento" e deve servir à causa maior de oportunidades para as novas gerações.

Neste sentido, a pesquisa em enfermagem na área da saúde da criança e do adolescente necessita ser construída na perspectiva de dar sustentação científica e credibilidade a esta área, conduzindo-nos a partir da reflexão sobre o nosso fazer cotidiano. Portanto, devemos direcionar o nosso olhar, nossas indagações ou nossas inquietações para a prática de modo a captar seus problemas ou situações, para que apoiados no ato de pesquisar possamos buscar as soluções mais adequadas. Assim, o conhecimento se traduz em pilares de sustentação para a retroalimentação e o redirecionamento da prática, sem o que a pesquisa não terá nenhum valor.

Deste modo, Collet (2001) destaca que:

Ao falar da construção do conhecimento pressupõe falar de uma de suas características fundamentais - o método. Ao construir o caminho em direção à explicitação dos fenômenos o método expressa concepções de homem, de natureza, de sociedade, de história e de conhecimento que traduzem a marca do momento histórico em que o conhecimento é traduzido.

Portanto, entendemos ser oportuno apresentar aos enfermeiros pesquisadores na área de saúde da criança e do adolescente o produto das pesquisas, desenvolvidas no país, que contribuem para consolidar o conhecimento científico nesta área, no período de 1995 a 1999 e com destaque especial para as abordagens metodológicas utilizadas. Estas, de acordo com as argumentações expostas anteriormente representam um importante aspecto no contexto do pesquisar e de suas repercussões para a produção do conhecimento e do cuidar.

Analisar a produção científica em enfermagem na área de saúde da criança e do adolescente, no período de 1995 a 1999, buscando a identificação das abordagens metodológicas utilizadas, foram os objetivos do estudo.

Trata-se de uma pesquisa documental, exploratório-descritiva, de natureza quantitativa, realizada através de levantamento de dados por meio de um formulário (em anexo) para identificar as abordagens metodológicas de dissertações/teses em enfermagem na área de saúde da criança e do adolescente. O levantamento dessa produção científica foi realizado através do Catálogo de Pesquisas da ABEN/CEPEN - 75 anos, em CD-ROM, no recorte de 1995 a 1999. Os dados foram coletados e tabulados através do Word for windows, versão 6.0. Por formalidade ética, foram ocultados quaisquer informações que pudessem identificar os autores pesquisados.

 

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para o estudo feito, foram levantados e analisados os temas e os respectivos conteúdos dos resumos referentes à área da criança e do adolescente. De acordo com o levantamento realizado, no período de 1995 a 1999, foram catalogadas 114 dissertações/teses. Uma primeira leitura possibilitou a identificação dos temas recorrentes e dos conteúdos das técnicas de pesquisa e das abordagens metodológicas.

Todos os resumos foram lidos, re-lidos, observando-se as características centrais do objeto de investigação: as abordagens metodológicas.

Na tabela 1, podemos visualizar o número de dissertações/teses durante o período de 1995 a 1999. Verifica-se o predomínio de dissertações (90), principalmente nos últimos anos. Acreditamos que a predominância do número de dissertações com temáticas provenientes da assistência na área da saúde da criança e do adolescente, esteja relacionada com as transformações ocorridas nesta área, num cenário em que o conjunto de determinantes sociais, políticos e econômicos estão inseridos na prática hospitalar e na comunidade, de acordo com os programas de estratégias de assistência integral à saúde da criança e do adolescente.

 

 

No que se refere as teses (24), a inserção do enfermeiro nos cursos de doutorado ainda acontece em menor escala devido a oferta de um número menor de cursos e vagas.

Na tabela 2, identificamos os tipos de pesquisa utilizados nas abordagens metodológicas. Verifica-se que a maioria dos tipos utilizados está centrada na pesquisa qualitativa (75,4%), na pesquisa quantitativa (19,3%), e apenas (5,3%) na pesquisa quanti-qualitativa. Sabemos que a escolha dos métodos quantitativos ou qualitativos é guiada pela questão da pesquisa e que tal diversidade, é importante para a cientificidade da enfermagem, já que o principal objetivo da pesquisa é a descoberta do conhecimento.

 

 

Segundo Wood e Haber (2001), a pesquisa qualitativa é particularmente bem adequada ao estudo da experiência humana sobre saúde, uma preocupação fundamental da ciência da enfermagem. Para os autores, os métodos qualitativos concentram-se no todo da experiência humana e o sentido atribuídos pelos indivíduos que vivem a experiência. Esses métodos permitem uma compreensão mais ampla e um insight mais profundo a respeito dos comportamentos humanos complexos. Entretanto, sabemos que muitas das pesquisas com crianças e adolescentes, principalmente com recém-nascidos e lactentes, os sujeitos sejam os pais ou a equipe de saúde que presta o cuidado a essa faixa etária. Minayo (1998), reforça ainda, que a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Polit e Hungler (1995), referem que a pesquisa quantitativa envolve uma coleta sistemática de informação numérica, normalmente mediante condições de muito controle, além de análise dessa informação, utilizando procedimentos estatísticos. Além disso, a pesquisa quantitativa, entendida por alguns como ciência hard, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos mensuráveis da experiência humana, tendo suas raízes no positivismo lógico.

Para Tobar e Yalour (2001) pesquisar com métodos quantitativos envolve: procurar analisar fatos como se fossem coisas exteriores submetidas a leis e padrões gerais; proferir a experiência e o questionário com perguntas fechadas, precodificado e estandartizado; expressar a realidade, submetendo-a a controles que permitam pesquisas livres de valores, crenças e preferências do pesquisador, além disso busca a precisão matemática e os modelos estatísticos da codificação numérica.

Minayo (1998) e Leopardi (2001), reforçam ainda que na pesquisa quanti-qualitativa, os dados não se opõem, ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia. Goldenberg (1998) reforça ainda que a integração da pesquisa quantitativa e qualitativa permite que o pesquisador faça um cruzamento de suas conclusões de modo a ter maior confiança de que seus dados não são produto de um procedimento específico ou de alguma situação particular.

Dentre os vários caminhos metodológicos da pesquisa qualitativa podemos citar a Representação Social, a Fenomenologia, o Estudo de Caso, o Interacionismo Simbólico, o Método Criativo e Sensível, e outros.

Na tabela 3 (página seguinte), observamos que dentre as pesquisas qualitativas salientam-se a representação social com (18,4%), fenomenologia (17,6%), o estudo de caso (9,6%), etnografia/etno-enfermagem (7,0%), estudo comparado (5,2%), historia de vida (4,4%), criativo-sensível (1,7% ), materialismo histórico/dialético (10,6%); enquanto na pesquisa quantitativa, temos survey descritivo (12,3%), experimental (3,5%).

 

 

Nesta Tabela as abordagens metodológicas mais utilizadas na área da saúde da criança e do adolescente, destacando a Representação social e a Fenomenologia com maior freqüência nas pesquisas ocorridas no período de 1995 a 1999.

Nas pesquisas realizadas atualmente pela enfermagem a representação social (RS) em sido muito utilizada. O conceito de representação social foi resgatado e introduzido na psicologia social por Moscovici (1978), no Brasil através do estudo: A representação social da psicanálise. Para Moreira e Oliveira (1998), pode-se entender como RS, as idéias, imagens, concepções e visões de mundo que os atores sociais possuem sobre a realidade , as quais estão vinculadas às práticas sociais. A cristalização de uma representação remete ao processo de objetivação e ancoragem. A objetivação consiste em materializar as abstrações, corporificar os pensamentos, ou seja, transformar em objeto o que é representado. A ancoragem se refere a classificar fenômenos desconhecidos, novos para o senso comum, a partir de conhecimentos já existentes, atribuindo significados aos objetos. A abordagem das Representações Sociais tem sido utilizado ora como referencial teórico ora como metodológico pautando-se nas concepções de Moscovici e Jodelet e Abrinc com o núcleo central das teorias (LEOPARDI, 2001; MOREIRA E OLIVEIRA, 1998).

A fenomenologia, segundo Leopardi (2001), vem sendo abordada desde uma perspectiva qualitativa, o que pode ser possível, na avaliação de percepções sobre a doença, o sofrimento, expectativas e outras condições ligadas à subjetividade de quem passa pela experiência da enfermidade. Na fenomenologia o homem é sujeito e não objeto das ações profissionais, quer seja, assistindo, ensinando, aprendendo ou pesquisando. Tem como principais filósofos utilizados em enfermagem: Heidegger, Alfred Schutz e Mearleu-Ponty.

O estudo de caso, trata de descrever a unidade em profundidade e em detalhe, em contexto e holisticamente. Para Tobar e Yalour (2001), o estudo de caso é útil quando o pesquisador necessita entender em profundidade pessoas, problemas ou situações particulares.

A etnometodologia estuda e analisa as atividades cotidianas dos membros de uma comunidade ou organização, procurando descobrir a forma como elas as tornam visíveis, racionais, ou seja, como eles as consideram válidas, uma vez que a reflexidade sobre o fenômeno é uma característica singular de ação (HAGUETTE, 1997). Segundo Wood e Haber (2001) com o amadurecimento da enfermagem como ciência e arte, surgiu a metodologia baseada na ontologia de enfermagem (sistema de crenças) através de algumas teóricas como Madeleine Leninger, Margaret Newman e que criaram métodos de pesquisa específico às suas teorias. A etnoenfermagem está centrada em saber das pessoas sobre suas crenças, experiências e informações sobre o cuidado cultural de Leninger (1996), e o método de Newman (1994), concentra-se no reconhecimento do padrão e utiliza múltiplas entrevistas, envolvendo a colaboração do entrevistador-entrevistado para chegar a padrões de vida reconhecidos.

O método criativo e sensível consiste na conjugação de técnicas de coleta de dados consolidados, como a entrevista coletiva semi-estruturada, discussão de grupo e observação participante, com as dinâmicas de criatividade e sensibilidade (conduzidas através de técnicas como: recorte colagem, modelagem, composição de estórias, dentre outras; se apropria do mais diversificados instrumentos e procedimentos da pesquisa qualitativa (roteiros de entrevista, planejamento do trabalho de grupo, gravação em fitas de áudio e fotografias), têm no processo de criação e no empenho da sensibilidade a força produtora de dados de pesquisa; além disso é possível desenvolver a pedagogia crítico-reflexiva, numa perspectiva dialógico-dialética, quando os integrantes do grupo coletivizam suas produções artísticas e constroem o significado do que foi produzido (CABRAL, 1998).

As origens do interacionismo simbólico reportam-se aos clássicos da sociologia do final do século XIX, sendo que, um dos sociólogos que mais contribuiu foi Mead, e consolidado por Blumer, em 1937. Mead aborda a complexa relação entre a sociedade e o indivíduo, a gênese do self, o desenvolvimento de símbolos significantes e o processo de comportamento da mente. Os princípios fundamentais do Interacionismo Simbólico são:

O ser humano age como com relação às coisas, na base dos sentidos que eles têm para ele. Entre estas coisas estão incluídos objetos, seres humanos, instituições, idéias, que o indivíduo encontra na vida cotidiana; o sentido destas coisas é derivado, ou surge, da interação social que alguém estabelece com seus companheiros; estes sentidos são manipulados e modificados através de um processo interpretativo usado pela pessoa ao tratar as coisas que ela encontra (VARGENS, 1997; NITSCHKE, 1999; RIBEIRO, 2001).

A Teoria Fundamentada em Dados (Grounded Theory), é uma metodologia desenvolvida por Glaser & Strauss em 1964, que consiste na descoberta e desenvolvimento de teorias a partir da obtenção e análise de informações de forma sistemática e comparativa, constante dos dados. Esta teoria preconiza a análise dos dados tão logo estes sejam obtidos. O primeiro passo desta análise é a transcrição dos dados ou arrumação das informações obtidas de acordo com os seguintes passos: codificação, categorização, construção de conceitos, desenvolvimento de conceitos e modificação e integração de conceitos (VARGENS, 1997).

O materialismo histórico de acordo com Leopardi (2001), refere-se às condições materiais da existência social, as quais definem a história da humanidade pelo desenvolvimento de formas coletivas de trabalhar, ou seja, pelas relações de produção. O controle sobre a produção, distribuição e consumo dos bens produzidos geraram divisão de classes nas sociedades, de acordo com o acesso a estes bens. As categorias usadas na análise social são: modo de produção, relações de produção, classes sociais, supra e infra-estrutura.

Numa outra perspectiva, como concepção que critica o positivismo está a dialética, qu contém elementos de uma teoria geral do ser e do conhecimento, como concepção materialista e dialética da natureza e da sociedade em torno do devir e, como conceito básico, a visão de sociedade é totalizante. A ciência se justifica por sua aplicação. Os conceitos mais próximos à perspectiva dialética são: historicidade, processo, mutação social, transcendência, conflito social, relatividade social (LEOPARDI, 2001).

A história de vida pode ser utilizada como fonte complementar de pesquisa, como ilustração e um meio de descobrir pistas relevantes para pesquisa. Porém quando utilizada como metodologia principal revela a rede de relações sociais (SANTOS, 1998).

Santos (1995), destaca ainda, que as experiências humanas são descritas em sua dimensão temporal que permitem alcançar os mecanismos de funcionamento da estrutura social. Respeitam-se a individualidade e a especificidade do autor, porém, seu discurso é decomposto, reagrupado e interpretado. A interpretação pode ocorrer segundo a posição funcional ou de classe que cada ator ocupa no interior da estrutura social.

O método comparado permite estabelecer uma relação entre duas realidades, a partir de suas semelhanças e diferenças. O estudo das diferenças e semelhanças entre diversos grupos de sociedades e povos contribui para uma melhor compreensão do comportamento humano (LAKATOS & MARCONI, 1994).

Na quantitativa, o survey descritivo é a categoria mais ampla de desenhos não-experimentais. Estudos survey descritivo/ exploratório coletam descrições detalhadas de variáveis existentes e usam dados para justificar e avaliar condições e práticas correntes ou fazer planos mais inteligentes para melhorar as práticas de atenção à saúde. Os investigadores utilizam esse desenho para buscar informações precisas sobre as características dos sujeitos de pesquisa, grupos, instituições ou situações, ou sobre a freqüência de ocorrência de um fenômeno, particularmente quando se sabe pouco sobre o fenômeno (HOOD & WABER, 2001).

Os estudos experimentais exigem a manipulação e o controle de variáveis, além de amostra aleatória. É caracterizada quando o pesquisador intervém de maneira ativa, ou introduz um tratamento, ou seja, quando o fenômeno da realidade é produzido de forma controlada, com o objetivo de descobrir os fatores que o produzem, ou que por eles sejam produzidos (LEOPARDI, 2001).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizar este estudo nos possibilitou captar as inúmeras e diferentes abordagens metodológicas utilizadas, pelos enfermeiros pesquisadores, na área de saúde da criança e do adolescente e perceber a necessidade do aprofundamento desta temática tendo em vista que lançar mão de determinada abordagem não se trata de atender a modismos ou fatos isolados, mas de reflexos das situações historicamente demarcadas e contextualizadas no campo da saúde e da educação no país.

Neste sentido, para falarmos dos avanços ocorridos, no período de 1995 a 1999, recorte deste estudo, é imprescindível o resgate histórico para que possamos entender a marcada era da pesquisa qualitativa com o maior número de trabalhos no período.

Deste modo, é importante destacar que neste período busca-se a superação das abordagens centradas no método biológico, passando-se para uma discussão mais ampla acerca do processo saúde-doença, refletindo-se nas questões que envolvem a saúde da população em geral.

Portanto, a mudança de paradigma foi oportuna para dar conta da realidade social, cuja pesquisa centra-se no homem e o seu contexto sócio-histórico-político e econômico cujo objeto é dinâmico e mutável porque os problemas estudados são fenômenos que se constituem historicamente, institucionalmente, nas relações de poder, nas classes sociais, dentre outras. Assim, o foco da pesquisa necessita de maior amplitude do observador para o objeto buscando neste redirecionamento reconhecer a condição do sujeito coletivo e individual da população que se está pesquisando.

Na entrada do 3º milênio, cabe aos enfermeiros pesquisadores maior reflexão sobre o cotidiano da prática direcionada à criança e ao adolescente, na perspectiva de dar sentido ao conhecimento que se tem construído nesta área. Do mesmo modo devemos estar atentos ao propósito maior da pesquisa em enfermagem que é a junção da teoria-prática, ou seja a implementação deste conhecimento produzido nas atividades concretas do enfermeiro.

 

REFERÊNCIAS

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