Dotada de euforia e profundo senso de responsabilidade, inicio a apresentação do número especial de lançamento da Revista, de nossa Escola, na convicção de que este será mais um marco entre outros deflagrados pela Escola de Enfermagem Anna Nery em prol da Enfermagem Brasileira. Na linha do tempo tornar-se á, cada vez mais presente, sua influência como Escola que é a matriz do ensino de enfermagem nos moldes nightingalianos, alicerçada por tantas outras realizações.

A Direção sente-se, assim, honrada com este lançamento que irá contribuir para a divulgação da produção científica na enfermagem, e em dar seu testemunho de uma escola exemplar.

A Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ) vem, ao longo de suas sete décadas de projeção na enfermagem brasileira, mantendo sua história como Escola que demarca a carreira de Enfermeira no Brasil, sua tradição como instituição de alto nível, dedicado ao ensino superior interferindo e contribuindo para os avanços da profissão de enfermagem. É, portanto, uma Escola com reconhecimento da comunidade acadêmica, com passado de tradição e prestígio, como já foi mencionado, mas, e acima de tudo, com movimento perpétuo, adepta da ação construtiva, com visão orientada para a formação de profissionais atuantes, antecipadores do futuro, agentes da história.

A época atual impõe sérios desafios. Deparamos com a precária qualidade de vida da sociedade brasileira. Desta forma, a enfermagem como profissão deve estar comprometida com os propósitos que garantam assistência de qualidade. Hoje, requerem-se das Unidades formadoras oportunidades de ensino, pesquisa e extensão de elevado nível qualitativo. A problemática da qualidade se faz, assim, a exigência da década. Somos, cada um, na Universidade, responsáveis pelo futuro de todos, em especial, e no caso específico da enfermagem, dos futuros enfermeiros que sejam capazes de criticar e revisar a definição do seu papel em face das exigências sociais: um profissional comprometido em prosseguir investindo na sua educação continuada, que pesquise e que publique. A investigação e a produção científica são palavras de ordem do nosso tempo.

A instituição educacional é fortalecida quando propõe oportunidades múltiplas de qualidade. O nosso currículo de graduação, ao longo de seus oito períodos letivos, contempla a pesquisa num crescente de complexidade, onde o aluno, no transcurso de sua formação, culmina com uma monografia de término de curso. O aluno está, assim, sendo estimulado e valorizando a necessidade da produção científica em enfermagem, como mola propulsora e fomentadora de novos conhecimentos e tecnologias inovadoras em enfermagem. A nossa pós-graduação, com conceito A no Mestrado e Doutorado pela CAPES, vem mantendo expressiva produção científica decorrentes das Teses produzidas. Os núcleos de pesquisa têm contribuído para o fortalecimento da área, através de suas linhas de pesquisa e da diversificada produção decorrentes de trabalhos docentes e discentes. Diante deste cenário, tornou-se imperioso canalizar esforços no sentido de criar um órgão de divulgação da Escola de Enfermagem Anna Nery, idéia esta que não é nova mas ainda não implementada. Às vésperas de completar 60 (sessenta) anos de vida universitária em 05 de julho de 1997 (Lei n° 452/37), nos sentimos desafiados ao cumprimento desta meta e, assim, em uma data tão significativa e importante para a UFRJ, para a Escola Anna Nery e para a enfermagem brasileira, efetivar a conquista do órgão oficial de divulgação desta Escola, intitulado Escola Anna Nery - Revista de Enfermagem, que possibilitará, de forma ampla, a divulgação da produção científica da EEAN, além de construir, junto às outras revistas já existentes no Brasil, mais uma fonte acessível aos profissionais de enfermagem e da área da saúde, afins, bem como interessados em geral, e propiciar importante debate científico e reflexivo de temáticas relevantes à qualidade do ensino e da pesquisa voltados para uma prática de ensino e de enfermagem revitalizadora.

Estamos num momento de revitalização do ensino de enfermagem da Pós-Graduação, em que identificamos o exercício da investigação como institucional, e em que a atividade básica da pós-graduação consolida o compromisso social com a produção do conhecimento em enfermagem, sendo que a relação da pesquisa gerada na pós-graduação com o ensino de graduação e a oferta dos serviços e a formação de doutores é prioridade a curto e médio prazo. Por todos esses pressupostos, estou persuadida de que a revista é passo significativo da concretização de uma Escola que ensina, que pesquisa, que gera conhecimento e assim garante a sua vitalidade.