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ISSN (impressa): 1414-8145
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Ministério da Educação
CAPES

Volume 18, Número 4, Out/Dez - 2014



DOI: 10.5935/1414-8145.20140092

PESQUISA

Marcadores de saúde do homem em um município de pequeno porte

Maria Cristina Pinto de Jesus 1
Sueli Maria dos Reis Santos 1
José Luiz Tatagiba Lamas 2
Petrônio Barros Ribeiro de Jesus 1
Pedro da Luz de Carvalho Gonçalves 1
Marina Vargas Jory 1


1 Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora - MG, Brasil
2 Universidade Estadual de Campinas. Campinas - SP, Brasil

Recebido em 09/03/2014
Aprovado em 15/07/2014

Autor correspondente:
Maria Cristina Pinto de Jesus
E-mail: mariacristina.jesus@ufjf.edu.br

RESUMO

OBJETIVO: Identificar marcadores de saúde do homem.
MÉTODOS: Pesquisa descritiva, exploratória com abordagem quantitativa realizada em um município de pequeno porte de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu de outubro a dezembro de 2013, utilizando-se 217 formulários estruturados com informações de homens.
RESULTADOS: 134 (62%) formulários foram preenchidos durante o atendimento na Unidade de Atenção Primária à Saúde e o restante no dia da chamada nutricional realizada pelo município; 58% dos homens apresentaram sobrepeso e obesidade e a prevalência de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus foi de 17,5% e 4,6%, respectivamente. As doenças cardiovasculares mostraram-se mais presentes entre os homens, e sua alimentação inclui um grande percentual de alimentos processados.
CONCLUSÃO: Os marcadores de saúde identificados no homem apontam a necessidade de operacionalização de estratégias que fortaleçam a participação do público masculino nas ações de promoção da saúde.


Palavras-chave: Saúde do homem; Assistência integral à saúde; Política de saúde; Serviços de saúde; Atenção à saúde.

INTRODUÇÃO

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis por 45,9% da carga mundial de doenças. Estima-se que, em 2020, dois terços dessa carga serão atribuídos às DCNTs com possível deslocamento da epidemia de doenças crônicas para países menos desenvolvidos1.

No Brasil, pesquisa realizada com alguns estados do Nordeste e Sudeste revelou a mortalidade masculina por diferentes causas, principalmente, por aquelas preveníveis e evitáveis. Foi apontada curva ascendente de 2000 a 2009 em relação às doenças do aparelho circulatório e tumores malignos2.

O Ministério da Saúde, a partir de 2009, instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) articulada com a Política Nacional de Atenção Básica, a fim de assegurar que a rede básica seja a porta de entrada desta população nos serviços de saúde, vislumbrando o fortalecimento de ações em redes e cuidados à saúde do homem3.

A população masculina está distante dos espaços e ações de saúde, sobretudo aquelas oferecidas no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Entre as razões alegadas pelo público masculino, para frequentar pouco o serviço de saúde destaca-se o fato de sentir-se saudável. Outra questão, diz respeito à incompatibilidade entre o horário do trabalho e o expediente da Unidade de Saúde4.

Estudo realizado no Sul do Brasil, apontou a falta de envolvimento dos homens em ações voltadas à promoção da saúde e prevenção de doenças, a dificuldade em se reconhecerem doentes e o medo da descoberta de alguma doença grave5. Salienta-se que os serviços de saúde continuam priorizando ações baseadas em procedimentos e exames que reforçam a centralidade da atenção no aparelho genital masculino6. Essa perspectiva distancia-se dos referenciais da promoção da saúde e da integralidade, revelando a necessidade de se incorporar à dimensão biológica os aspectos psíquicos, sociais e políticos que constituem o homem6,7.

A experiência dos docentes e estudantes do ensino de graduação com o Programa de Educação pelo Trabalho em Vigilância à Saúde (PET-VS), com o desenvolvimento de ações de fortalecimento da promoção da saúde constituiu-se em fator motivador para a realização desta investigação.

Considerando a necessidade de atenção integral à saúde, a presente investigação tem como objetivo identificar marcadores de saúde do homem, considerando as informações sobre a situação de saúde de adultos obtida por meio dos dados que constam dos formulários de Cadastro e Acompanhamento Nutricional e Marcadores do Consumo Alimentar por Grupo Populacional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)8.

Estudos publicados nos últimos anos em interface com a temática da presente pesquisa, neste periódico, trazem evidências científicas com enfoque no acolhimento e construção de vínculo9, fatores dificultadores do acesso do homem ao serviço5 e visão do enfermeiro sobre a saúde do homem na APS10. Não foram identificados estudos recentes que se dedicaram a investigar marcadores de saúde do homem.

As reflexões contidas, nesta investigação, contribuem para a construção do conhecimento produzido sobre o tema, podendo subsidiar políticas públicas direcionadas à atenção integral à saúde do homem.

MÉTODO

Estudo descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa realizado em município de pequeno porte, da área de abrangência da Secretaria Regional de Saúde de Juiz de Fora. O município está localizado na Zona da Mata de Minas Gerais e possui população de 3.403 habitantes, sendo dois terços moradores da zona rural. Do total de habitantes 1.789 são homens, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 201011.

A amostra do estudo foi escolhida por conveniência, sendo composta por formulários com dados dos primeiros 217 homens (12% da totalidade), com idade entre 20 e 59 anos, que foram atendidos no cenário do estudo. Destes, 62% (134) foram preenchidos quando os usuários procuraram a Unidade de Saúde para acompanhamento das condições de saúde e os demais, na chamada nutricional realizada pelo município.

A coleta de dados foi realizada por bolsistas do PET-VS, durante os meses de outubro a dezembro de 2013, utilizando-se o formulário de Cadastro e Acompanhamento Nutricional e o de Marcadores do Consumo Alimentar de adultos8.

O formulário de cadastro contém dados referentes ao domicílio e ao indivíduo, além do acompanhamento nutricional em todas as faixas etárias, incluindo a gestante. Possibilita o levantamento da presença de doenças crônicas, deficiências e/ou intercorrências e de como o indivíduo está sendo acompanhado na APS. O formulário com os marcadores do consumo alimentar visa caracterizar de forma ampla o padrão alimentar do indivíduo e não pretende quantificar a dieta em termos de calorias e nutrientes, mas sim indicar a qualidade da alimentação em suas características tanto positivas como negativas8.

As variáveis investigadas foram: idade (que foi agrupada em faixas etárias), raça/cor, escolaridade, peso (em kg), altura (em cm), frequência do consumo de alimentos, DCNTs (Anemia Falciforme, Diabetes mellitus, Doenças cardiovasculares, HAS e osteoporose) e deficiências e/ou intercorrências (Anemia ferropriva, distúrbio por deficiência de iodo, diarreia, infecções intestinais virais, infecção respiratória aguda e hipovitaminose A).

Das informações obtidas nos formulários elaborou-se a caracterização da amostra, a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), a qualidade do consumo de alimentos e a frequência de DCNTs de homens do município estudado. O Índice de Massa Corporal foi calculado por meio da fórmula IMC = [peso (kg)]: [altura (m)]2. Esta foi aplicada aos valores de cada participante e agrupada segundo a classificação do SISVAN12.

O banco de dados foi digitado no Programa EPIINFO versão 3.5.2 (2010). Este software é de domínio público e foi desenvolvido pelo Centers for Disease Control and Prevention em colaboração com a Organização Mundial da Saúde com foco na área da epidemiologia.

Os dados obtidos foram analisados utilizando frequência absoluta e percentual. A análise interpretativa foi realizada a partir do referencial temático. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora, Parecer nº 384.875, datado de 5 de setembro de 2013.

RESULTADOS

A maioria dos participantes reside na zona rural e estão incluídos na faixa etária de 51 a 59 anos. 53% são negros e pardos e a escolaridade revela a presença de analfabetos e elevado número de homens com o ensino fundamental incompleto, totalizando 52,1%, conforme a Tabela 1.

Tabela 1. Caracterização da amostra. Munícipio de Minas Gerais, 2014
Características n %
Residência Urbana 77 35,5
Rural 140 64,5
Total 217 100
Idade 20-30 28 12,9
31-40 48 22,2
41-50 60 27,6
51-59 81 37,3
Total 217 100
Raça/Cor Branca 80 36,9
Negra 68 31,3
Parda 47 21,7
Amarela 04 1,8
Não declarado 18 8,3
Total 217 100
Escolaridade Analfabeto 15 6,9
Fundamental Incompleto 98 45,2
Fundamental Completo 23 10,6
Médio Incompleto 14 6,4
Médio Completo 38 17,5
Superior 10 4,6
Não Declarado 19 8,8
Total 217 100,0
Tabela 1. Caracterização da amostra. Munícipio de Minas Gerais, 2014

Marcadores de saúde

A Tabela 2 mostra que 42,9% dos homens foram classificados com sobrepeso e 17% com obesidade.

Tabela 2. Classificação do Índice da Massa Corporal. Município de Minas Gerais, 2014
Classificação Homem
n %
Magreza 05 2,3
Eutrofia 82 37,8
Sobrepeso 93 42,9
Obesidade 33 15,2
Obesidade grave 04 1,8
Total 217 100,0
Tabela 2. Classificação do Índice da Massa Corporal. Município de Minas Gerais, 2014

Em se tratando das DCNTs, salienta-se que 17,5% convivem com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e 1,8%, com doenças cardiovasculares (Tabela 3).

Tabela 3. Frequência de doenças crônicas não transmissíveis. Município de Minas Gerais, 2014
DCNT n %
Hipertensão Arterial Sistêmica Sim 38 17,5
Não 179 82,5
Total 217 100,0
Diabetes mellitus Sim 10 4,6
Não 207 95,4
Total 217 100,0
Doenças cardiovasculares Sim 04 1,8
Não 213 98,2
Total 217 100,0
Anemia Falciforme Sim 0 0
Não 217 100,0
Total 217 100,0
Osteoporose Sim 0  
Não 217 100,0
Total 217 100,0
Outras doenças Sim 10 4,6
Não 207 95,4
Total 217 100,0
Sem doenças Sim 122 56,2
Não 95 43,8
Total 217 100,0
Tabela 3. Frequência de doenças crônicas não transmissíveis. Município de Minas Gerais, 2014

O registro no formulário mostra que 73% da amostra de homens relataram não possuir deficiências e/ou intercorrências e os demais não informaram.

O consumo de alimentos por homens, nos últimos sete dias da semana estudada, pode ser observado na Tabela 4.

Tabela 4. Consumo de alimentos nos sete dias da semana. Município de Minas Gerais, 2014
Alimento Consumido Não consome Consumo nos últimos 7 dias Consumo/Semana Total
1 2 3 4 5 6 7
n % %
Salada crua 22 10,14 27 36 38 15 13 04 62 89,86 217
Legumes e verduras cozidos 20 9,22 22 42 38 13 12 05 65 90,78 217
Frutas frescas ou salada de frutas 40 18,44 21 27 29 17 10 03 70 81,56 217
Feijão 01 0,46 03 03 02 05 03 01 199 99,54 217
Biscoitos doces, balas e chocolates 81 37,32 37 32 13 10 06 06 32 59,90 217
Biscoitos, salgados ou salgadinhos 80 36,86 30 31 18 10 07 01 40 63,13 217
Hambúrgueres e embutidos 92 42,39 47 33 22 08 05 01 09 57,60 217
Batatas fritas e salgados fritos 100 46,08 43 32 11 13 02 06 10 53,91 217
Refrigerantes 59 27,18 41 42 25 04 07 04 35 73,53 217
Tabela 4. Consumo de alimentos nos sete dias da semana. Município de Minas Gerais, 2014

Apesar dos altos percentuais de consumo dos alimentos saudáveis, evidenciou-se que 40 (18,44%) dos homens não comem frutas frescas ou saladas de frutas. Quase a totalidade de homens referiu consumir feijão (99,54%), todos os dias. Por outro lado, mais de 50% consumiram, durante os últimos sete dias, alimentos processados, como refrigerantes (73,53%), biscoitos doces (59,90%) e batatas fritas (53,91%).

DISCUSSÃO

O município estudado possui elevado Índice de Desenvolvimento Humano (0,735), de acordo com o Censo de 2010 realizado pelo IBGE11. Sua população é composta, na maioria, de negros e mulatos, o que ratifica os resultados encontrados na amostra de homens estudada, 53,5% de homens que se declararam negros e pardos.

A taxa de analfabetismo na população de homens (7,8%) está aquém da apresentada em Minas Gerais (7,9%)11. Contudo, o percentual significativo de homens com o ensino fundamental incompleto (45,2%) acrescido do fato da maioria dos homens residir na zona rural, do ponto de vista da promoção da saúde, constitui-se em situação preocupante, no que diz respeito à sua participação em ações educativas realizadas no serviço de saúde. Salienta-se que a PNAISH prevê, entre seus objetivos, o estímulo da população masculina para o autocuidado com a saúde por meio da informação, educação e comunicação3.

Observou-se que a maioria dos formulários de homens foi preenchida durante o atendimento na Unidade de Atenção Primária à Saúde, o que pode estar relacionado à busca desses usuários pelo serviço, para tratar situações agudas ou para controle de doenças crônicas. Este resultado é corroborado por estudo que apontou que 52,2% dos homens procuraram o serviço de saúde por problemas agudos, sendo que, em 23,6% dos casos, a dor foi o principal motivo. Entre as doenças crônicas que motivaram a procura por atendimento, a HAS foi a que mais acometeu os usuários, perfazendo 21,4% dos casos5.

No Brasil, estudo realizado em Goiânia mostrou que é elevada a prevalência de fatores de risco cardiovasculares tanto no sexo feminino como no masculino. Os homens apresentaram, entre outros, prevalências maiores de hipertensão, enquanto, nas mulheres, registrou-se, predominantemente, o sobrepeso/obesidade e a circunferência abdominal aumentada13.

No presente estudo, a presença de HAS, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares em homens, cuja maior parte se encontra com mais de 40 anos requer olhar diferenciado, considerando a classificação do IMC desses homens que mostra a maioria de sobrepeso e percentual considerável de obesidade.

Entre os marcadores de saúde no âmbito da atenção integral destaca-se a condição nutricional da pessoa e a aferição dessa condição dá-se por meio da classificação do IMC. O fato da maioria dos homens apresentar IMC que traduz sobrepeso (42,9%) e percentual preocupante de obesidade (17%) aponta a necessidade de ações educativas no que diz respeito aos hábitos saudáveis e prevenção de comorbidades. A educação para a saúde pode constituir-se em oportunidade para realizar a promoção da saúde, prevenção de doenças, esclarecimento de dúvidas e incentivo à população masculina a se cuidar14.

Em inquérito realizado pelo IBGE em 2008-2009 observa-se que a prevalência nacional de obesidade nos homens é de 12,4%, enquanto que nas mulheres, essa taxa sobe para 16,9%. Fato interessante, entretanto, está relacionado ao comportamento dessas prevalências ao longo dos anos. Do inquérito realizado em 1974-1975 a 2008-2009 a obesidade aumentou mais de quatro vezes entre os homens (de 2,8% para 12,4%). Em contrapartida, no mesmo período, a obesidade na mulher aumentou pouco mais que o dobro (de 8% para 16,9%)15. Infere-se, portanto, que, atualmente, no Brasil, a prevalência de obesidade na mulher é mais elevada, porém a incidência tem se mostrado maior no homem, configurando-se em contraponto que poderá provocar mudanças na prevalência da obesidade entre homens e mulheres.

A obesidade está fortemente associada ao risco maior de doenças sejam cardiovasculares, câncer ou mortalidade. O National Health and Nutrition Examination Study, desenvolvido nos Estados Unidos pelo Centers for Disease Control and Prevention, apontou que esta doença está associada ao aumento da prevalência de diabetes tipo 2, doença da vesícula biliar, doença arterial coronariana, hipertensão arterial sistêmica, osteoartrose e de dislipidemia16. Além dessas comorbidades, a obesidade está relacionada à incapacidade funcional, redução da qualidade/expectativa de vida e aumento da mortalidade17.

Neste estudo, o consumo mais frequente do feijão, verduras e legumes entre os homens evidencia as características típicas de pessoas que residem na zona rural de municípios de pequeno porte do interior do Estado de Minas Gerais. A dieta baseada em alimentos tradicionais no Brasil, como o arroz e o feijão, também foi encontrada na pesquisa de orçamento familiar realizada no período 2008-200915. Salienta-se, contudo, que tal pesquisa evidenciou também a incorporação de alimentos com baixo teor de nutrientes e elevada densidade energética, com crescente consumo de sucos, refrigerantes, aliados à baixa ingestão de frutas, verduras e legumes pelos brasileiros15.

Essas evidências vão ao encontro dos resultados do presente estudo, que mostra que mais de 50% dos homens pesquisados consumiram, durante os sete dias da semana, expressiva quantidade de alimentos processados e frituras. Esses resultados são considerados preocupantes, considerando-se que esses hábitos alimentares podem estar contribuindo para o aumento do peso e comorbidades a ele associados.

Salienta-se a importância dos hábitos alimentares na promoção da saúde e prevenção de obesidade, doenças cardiovasculares e hipertensão arterial. O serviço de APS constitui-se um espaço preferencial para o desenvolvimento dessas ações, tanto no âmbito individual como coletivo, além de ser, potencialmente, apto a fornecer atenção integral ao usuário com excesso de peso e comorbidades associadas18.

O desenvolvimento de estratégias para o cuidado das necessidades de saúde do homem deve tornar visível a presença desta clientela no serviço, com vistas a incluí-la e construir vínculos que propiciem o conhecimento do diagnóstico de sua condição de saúde8, contribuindo para que ele seja coadjuvante do resgate de sua saúde e qualidade de vida.

Este estudo traz como limitações o fato da amostra ser por conveniência. Embora seja representativa da população e apresente informações relevantes sobre a totalidade, não permite a generalização dos seus resultados. Por outro lado, pode proporcionar reflexões no âmbito da APS e subsidiar os profissionais de saúde a incrementarem ações voltadas para os marcadores de saúde estudados, que se mostram importantes para o cuidado integral do homem.

CONCLUSÃO

Este estudo permitiu identificar alterações em marcadores de saúde de grande relevância para o cuidado integral do homem nos serviços de atenção primária à saúde. Os dados revelam que o IMC encontrado traduz sobrepeso e obesidade e mostra elevada frequência de HAS, na maioria dos homens estudados. Pode-se inferir que o consumo de grande percentual de alimentos processados pode estar influenciando na ocorrência desses transtornos de saúde.

A despeito da relevância dos resultados apresentados salienta-se a necessidade da realização de estudos que ampliem o número de marcadores a serem avaliados e que aprofundem a correlação entre eles, a fim de produzir evidências que subsidiem o planejamento e a implementação de estratégias que possam responder às necessidades dos homens nos serviços de saúde.

Considerando que o homem procurou a Unidade de Saúde, majoritariamente, para atendimento de situações agudas ou controle de doenças crônicas, sugere-se que os profissionais de saúde que atuam, diretamente, na assistência ou gestão de serviços operacionalizem as estratégias previstas na PNAISH, com vistas à promoção, proteção e prevenção de agravos à saúde.

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