Volume 9, Número 2, Abr/Jun - 2005
EDITORIAL
Em tempos difíceis: uma reflexão
Lilian Felippe Duarte de Oliveira
Professora Assistente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica - EEAN/UFRJ. Editora Assistente da Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Estes são tempos difíceis! Vivemos em meio a uma crise política, que também é ética e moral. Talvez o antídoto para esses dias nebulosos e propensos ao pessimismo seja plantar sonhos de paz para tecer, através de pequenos gestos, o amanhã. Semeando o sonho à espera de dias melhores, sinto-me feliz e orgulhosa em poder apresentar este número de agosto da Revista. Fazer parte de uma equipe responsável pela divulgação da produção científica em enfermagem é, sem dúvida, gratificante e acalentador em meio à situação atual que estremece as estruturas da sociedade. Pelos abalos sucessivos, pode-se dizer que, periodicamente, a vida "pede um tempo" suficiente para acertar o passo, refletir sobre questões importantes; pensar na implementação dos planos; e, naturalmente, (re)inventar os sonhos, o que acredito que também aconteça com a nossa Revista, através das pessoas que partilham a responsabilidade de disponibilizá-la.
Não é para menos. Afinal, já há oito anos que a Escola Anna Nery Revista de Enfermagem circula nos meios científicos da profissão e, como que num ritual, talvez seja hora de fazer um balanço das realizações, dos acontecimentos marcantes, dos sonhos realizados e dos adiados. É notório que, ao longo desses oito anos, muitas foram as conquistas da Revista, e elas sempre estiveram fundamentadas na busca de qualidade do produto editorial. Talvez, eu possa ousar dizer que a Revista tem um impacto na produção do saber da enfermagem junto à comunidade profissional. Para tanto, desde a sua criação, o design gráfico vem sendo aprimorado sucessivamente com novo formato, novas capas e novas diagramações. Para ampliar as possibilidades de publicação, foram adotadas as línguas inglesa e espanhola, que são facilitadores para uma maior circulação de idéias e difusão do "pensamento" profissional em níveis nacional e internacional. O número de artigos por volume aumentou, para atender à crescente demanda de produção da comunidade científica da enfermagem e de outras áreas afins, como também pudemos observar uma redução no tempo para divulgação dos artigos. Até agora foram lançados nove volumes de 1997 a 2005, num total de 272 artigos. Apesar das dificuldades orçamentárias, tem-se procurado garantir sua periodicidade/regularidade. A Revista é citada nas bases de dados: SECS (Seriados em Ciências da Saúde), LILACS (Literatura Latinoamaericana y del Caribe en Ciencias de la Salud), BDENF (Base de Datos de Enfermería) e CUIDEN (Fundación Index); uma vez que ajustou seu padrão editorial e buscou a ampliação do alcance de sua divulgação, além de ter sido indexada internacionalmente.
A busca de garantia da qualidade editorial diz respeito a uma conjugação de fatores pois, para a formação da "alma" de nossa Revista, entra em jogo um misto de talento e confraternização. Talento dos autores, dos consultores, dos jornalistas, dos diagramadores, dos revisores e de todos os que de maneira direta e indireta contribuem para a circulação da nossa Revista. Confraternizar e por definição partilhar sentimentos, idéias, valores com pessoas a serem celebradas e valorizadas. Isso, porque cada uma delas faz parte da equipe, e sem um trabalho coletivo a tarefa de produzir a Revista seria impossível. Um dos prazeres que tenho é o de integrar a equipe da Escola Anna Nery Revista de Enfermagem e conviver com gente talentosa, "antenada" e polivalente. Gente que dribla, com bom humor e empenho, os desafios de entregar, quadrimestralmente, uma Revista, como um resultado que depende de todos e sobretudo da habilidade de gerenciar sonhos, ansiedades e prazos.
Quando penso nos sonhos e investimentos envolvidos, permanece a meta de conseguir outras indexações internacionais, que permitiriam uma ampla divulgação de idéias acerca dos objetos de interesse da profissão e melhor visibilidade de um periódico, além das fronteiras nacionais, o que bem merece a Enfermagem Brasileira. Sonho ainda com uma independência financeira para a Revista, o que favoreceria um fluxo mais livre na demanda de artigos. Finalmente, sonho com uma versão eletrônica para ela ficar em sintonia com os tempos "cibernéticos" atuais, o que ampliaria também o acesso às informações. Assim, como sonhar ainda é permitido, desejo que os leitores de nossa Revista participem desta confraternização e tenham uma boa leitura!