Volume 15, Número 2, Abr/Jun - 2011
FAC-SÍMILE
Valor sociológico no cuidado integral do paciente em contraste com o cuidado funcional
Tânia Cristina Franco Santos
Profª Adjunta da EEAN/ UFRJ, Pós-doutora em História da Enfermagem, Membro da 16ª Diretoria Colegiada do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira.Brasil. E-mail: taniacristinafsc@terra.com.br
O texto intitulado "Valor sociológico no cuidado integral em contraste com o cuidado funcional", de autoria da enfermeira Cecília Maria de Sanioto está publicado na Revista Anais de Enfermagem, Volume II, Número 3, de julho de 1949 e foi apresentado primeiramente no II Congresso Nacional de Enfermagem, realizado no ano de 1948, no Rio de Janeiro, pela Associação Brasileira de Enfermagem, à época denominada Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas.
A autora inicia o texto afirmando que a natureza humana se expressa conforme às maneiras de viver que caracterizam os diferentes grupamentos humanos e, com base nesse entendimento, se propõe a analisar, resumidamente, "o significado que essas diferentes maneiras de viver assumem nas concepções de bem-estar social".
Assim, a autora discorre sobre o significado da experiência de hospitalização, enfatizando que o comportamento do doente é determinado por suas convicções acerca da necessidade de tratamento hospitalar, bem como pelas restrições impostas pela doença e pela hospitalização. Ressalta a importância de considerar a universalidade da natureza humana, de modo a promover um cuidado de enfermagem que considere as diferenças culturais.
Sobre o "cuidado funcional", a autora o define como o método de trabalho em que "cada enfermeira fica responsável por partes do tratamento planejado para o paciente". Assinala que o cuidado funcional não considera o doente em sua totalidade e que, para a enfermeira ou a estudante de enfermagem, o cuidado funcional não permite a integração dos vários aspectos do tratamento do doente, concorrendo para a perda da relação dinâmica dos diversos aspectos do cuidado.
A autora conclui o texto pontuando as vantagens do cuidado integral ao doente, destacando que a enfermeira, ao promover o cuidado integral, terá maior oportunidade de desenvolver-se profissionalmente, e não apenas adestrar-se em determinada técnica de sua profissão.