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Volume 14, Número 4, Out/Dez - 2010

FAC-SÍMILE

 

A ética profissional nas escolas de enfermagem

 

 

Pacita Geovana Gama de Sousa AperibenseI; Maria Angélica de Almeida PeresII; Tânia Cristina Franco SantosIII

IProfessora Assistente da Universidade do Grande Rio, Mestre em História da Enfermagem, Membro da 16ª Diretoria Colegiada do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira. Brasil. E-mail: pacitageovana@yahoo.com.br
IIProfª Adjunta da EEAN/UFRJ, Doutora em História da Enfermagem, Membro da 16ª Diretoria Colegiada do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira. Brasil. E-mail: mariaangelica.peres@uol.com.br
IIIProfª Adjunta da EEAN/UFRJ, Pós-doutora em História da Enfermagem, Membro da 16ª Diretoria Colegiada do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira. Brasil. E-mail: taniacristinafsc@terra.com.br

 

 

Apresentação

O artigo intitulado "A ética profissional nas escolas de enfermagem" é de autoria de Waleska Paião, publicado em dezembro de 1956 na Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn). A então diretora da Escola Anna Nery inicia seu texto referenciando o pensamento do educador belga Hovre e salientando que a moral profissional aplica à profissão os princípios que deveriam orientar qualquer ser humano; neste sentido, a moral profissional só pode ser ministrada de acordo com uma filosofia de vida, e a filosofia a que se refere é a filosofia cristã. A autora relembra que, nos primórdios das escolas de enfermagem, o valor moral já era uma preocupação de seus idealizadores, apresentando dois erros comuns em relação a esta temática. Primeiro, destaca, principalmente, que o ensino da ética envolve a aplicação de seus princípios à vida e não representa apenas uma norma de etiqueta. Segundo, os princípios e as normas de conduta devem ser vividos, vivenciados por todos juntamente com as estudantes, e não somente ensinados. Três vertentes são estabelecidas por Waleska para considerar o estudo sobre a ética: o programa de ética; a filosofia da escola; e a introdução moral da estudante no ambiente escolar. Acerca do programa, Waleska expõe que os deveres de justiça e os deveres de caridade são como duas virtudes que se completam, e que o desenvolvimento do programa exige "leituras, redações, discussões em grupo e aproveitamento da vida cotidiana e do serviço para esclarecimento e aplicação dos princípios". Cita sua decepção em relação à forma superficial como o assunto da ética profissional tem sido tratado pelas enfermeiras. Quanto à filosofia da escola, a autora afirma que "os princípios básicos orientadores de uma escola constitui uma filosofia de vida que não pode estar em contradição com os princípios religiosos da instituição" e passa a explanação da moral cristã. Outro ponto tratado é a introdução moral da estudante no ambiente escolar; acerca deste, a autora destaca quão importante é o exemplo das professoras. Waleska enfatiza que a ética nas escolas deve seguir bons programas e estes devem obedecer a princípios de moral natural e cristã. Isso deve ser feito através dos exemplos, e a participação das alunas nos serviços não deve prejudicar-lhe os estudos e a saúde. Waleska encerra sua reflexão deixando três recomendações: 1. As escolas devem envidar esforços em selecionar docentes a partir de suas qualidades morais; 2. A escola deve manter uma filosofia de vida de fundo espiritual cristão; e, 3. Os professores devem fazer do campo de estágio um ambiente para a formação de uma mentalidade sadia ao bom exercício profissional.

 

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