Volume 2, Número 3, Set/Dez - 1998
INTRODUZINDO A HISTÓRIA
Ao ser convidada para assumir a disciplina de Exercício I que trata da evolução histórica da enfermagem e suas relações com a prática profissional atual, vários sentimentos me envolveram. Inicialmente, ansiedade por ser um conteúdo extenso e teórico, depois lembrei de meus momentos enquanto aluna do curso de graduação e das percepções acerca do ensino desta disciplina. Estas reflexões me trouxeram algumas preocupações no sentido da responsabilidade de tomá-la tão interessante quanto outras disciplinas "mais práticas", além de proporcionar às (aos) alunas (os) a compreensão da importância do conhecimento da história de sua profissão, para questionar a prática atual, vivenciá-la e poder transformá-la.
Bouthoul citado por Duby ( 1993) diz que "por trás de todas as diferenças e nuances individuais, subsiste uma espécie de resíduo psicológico estável, feito de julgamentos, conceitos e crenças aos quais aderem, no fundo, todos os indivíduos de uma mesma sociedade. "
O ensino da história até alguns anos atrás, seguia os mesmos trâmites da compreensão da história tradicional, ou seja, interessava-se quase que exclusivamente, por indivíduos, pelas camadas superiores da sociedade, por suas elites (os reis, os estadistas, os grandes revolucionários) e pelos acontecimentos (guerras, revoluções) ou pelas instituições (políticas, econômicas, religiosas) dominados por essas elites1. Havia a priorização pelo fato ou acontecimento sem que houvesse uma discussão dos porquês daquele fato, ou de tudo o que ocorreu anteriormente que possibilitou esta ou aquela situação.
Atualmente, quando se pensa na história social e que foi prioritáriamente desenvolvida pela história das mentalidades2 pretende-se com a história reconstituir os comportamentos, as expressões e os silêncios que traduzem as concepções do mundo e as sensibilidades coletivas, representações e imagens, mitos e valores reconhecidos ou suportados pelos grupos ou pela sociedade global, e que constituem os conteúdos das psicologias coletivas.
Desta forma, o professor de história da enfermagem vê-se obrigado a olhar para o sociólogo, o etnólogo, o economista, o psicólogo, etc., também metamorfosear a memória coletiva dos homens e obrigar o conjunto das ciências e dos saberes a situar-se em outra direção, conforme outra concepção de mundo e sua evolução.
"Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes." (Freire, 1997: 29)
Partindo da idéia de que o ensino da História da Enfermagem é fundamental para a formação da (o) aluna (o) de graduação e de que a forma como se ministra o conteúdo é que proporcionará ou não a aderência que se deseja a este conhecimento, resolviaplicar novas técnicas de ensino-aprendizagem, que possibilitassem uma participação maior das (os) aluna (os) na construção deste saber.
A COMPREENSÃO DA DISCIPLINA DE EXERCÍCIO DE ENFERMAGEM
A disciplina de Exercício da Enfermagem I é oferecida aos alunos e alunas que estão cursando o segundo período do Curso de Graduação em Enfermagem e ainda estão indecisos se desejam continuar no Curso ou partir para outra opção profissional (Medicina, Odontologia, Nutrição, dentre outras). E um momento de dúvidas e conflitos interiores.
A disciplina tem uma carga horária de 36 horas que é distribuída ao longo do semestre em duas horas semanais. O número de alunas (os) é de aproximadamente 36 por semestre.
A ementa da disciplina é: Evolução histórica da prática de enfermagem no Brasil e em Santa Catarina. Evolução do Setor Saúde em relação às transformações gerais da sociedade.
Os objetivos são: Conhecer a história da enfermagem; identificar e analisar as principais transformações da prática profissional da enfermagem; relacionar as transformações da prática de enfermagem com as transformações do setor saúde e gerais da sociedade; conhecer e analisar a evolução da prática de enfermagem no Brasil e em Santa Catarina; Conhecer a Lei do Exercício profissional; e conhecer e analisar o grau de organização da categoria de enfermagem e as principais lutas desenvolvidas pela profissão.
ENSINAR HISTÓRIA E BRINCAR DE CONSTRUIR HISTÓRIAS
A dinâmica da disciplina ocorre com a implementação de técnicas motivadoras da participação da (o) aluna (o) na construção do conhecimento sobre a história da enfermagem no Brasil e no mundo, alternando com Seminários, Oficinas de criatividade e sensibilidade, em especial com o uso de recorte e colagem sobre temas específicos, apresentação e discussão de filmes de interesse para a disciplina e aulas expositivas com professores especialmente convidados.
Procurarei descrever algumas das técnicas utilizadas na disciplina para ilustrar que mesmo uma disciplina teórica como Exercício de Enfermagem I, pode ser ministrada de uma forma dinâmica, com a participação de todas (os) as (os) alunas (os), que aprendem a história da enfermagem, brincando e relacionando-a com suas próprias vidas.
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção''(Freire, 1997:25)
O PRIMEIRO DIA
O primeiro dia de aula começa com o levantamento das expectativas dos aluna (o)s acerca da disciplina através da espiral de expectativas. Esta espiral contém a frase "HOJE EU CHEGUEI SENTINDO....." na qual cada aluna (o) ao entrar na sala tenta expressar com uma palavra o seu principal sentimento para aquele momento. Após, a professora faz a leitura da espiral e detecta qual a motivação dos aluna (o)s para o momento que se inicia, discutindo um pouco sobre os sentimentos apresentados. Surgem sentimentos como: ansiedade, esperança, curiosidade, sono, cansaço, alegria, satisfação, dentre outros. Como os aluna (o)s não necessidade de se identificarem ao colocar o sentimento, estes brotam com sinceridade e clareza.
Em seguida cada aluna (o) se apresenta e fala um pouco de sí, em aspectos como: idade, ocupação, situação conjugal, filhos, tempo de curso, opção profissional e expectativas com relação a disciplina. Esta é uma forma de detectar o perfil de cada aluna (o) que fre-qüenta o curso de Graduação em Enfermagem.
Traçando o perfil das (os) alunas (os) que freqüentaram a disciplina no segundo semestre de 1997 (25) e no primeiro semestre de 1998 (28), verifiquei que:
A faixa etária da maioria das (os) alunas (os) está situada entre 18 e 20 anos; não trabalham; são solteiros e sem filhos, iniciaram o curso há um semestre; em relação a opção profissional as turmas manifestaram-se de forma diferente. Na turma de 97/2, 09 (nove) alunas (os) optaram por enfermagem por não terem passado no vestibular para Medicina. Já na turma de 98/1 apenas 03 (três) colocaram outras profissões como opção profissional, os demais colocaram a enfermagem como a primeira opção no Vestibular.
A informação sobre a opção profissional é muito importante para a avaliação de como será abordado cada conteúdo, ou seja, procuro ministrar as aulas de forma a que os aluna (o)s possam decidir o mais precocemente possível sobre a sua escolha de vida. A escolha acertada de uma profissão é fundamental para o exercício profissional competente e responsável. E a enfermagem como uma profissão que cuida do outro, que se relaciona com o outro, necessita de envolvimento e comprometimento com a prática profissional.
Com relação às expectativas diante da disciplina que se inicia algumas das manifestações foram:
"aprender sobre história da enfermagem"
"que não seja cansativa e prenda nossa atenção. Um bom relacionamento professor-aluno."
"Conhecer mais sobre a profissão e sua importância na sociedade"
"que esta disciplina seja de grande valor e que nos dê uma boa base à profissão que escolhemos"
"espero que a enfermagem me complete enquanto pessoa, que eu encontre nessa profissão minha verdadeira vocação, que espero ser esta e também porque gosto de lidar com as pessoas e ajudá-las"
As expectativas das (os) demais alunas (os) foram semelhantes às apresentadas, apenas com palavras diferentes, o que evidencia por parte das (os) alunas (os) o interesse em compreender a história da enfermagem, relacionando-a com a prática profissional futura, e que seja apresentada de uma forma interativa, pouco "chata" e que permita conhecer a história da enfermagem.
O DESPERTAR DA CRIATIVIDADE
Uma das formas de desenvolvimento da disciplina é através da realização de dinâmicas de criatividade, sensibilidade e expressividade, por meio de vivências que podem desencadear pequenas e grandes transformações entre os aluna (o)s.
A primeira dinâmica tem como objetivo iniciar uma reflexão sobre o exercício da enfermagem nos dias de hoje, através da representação em recorte e colagem sobre o SIGNIFICADO DA ENFERMAGEM3, para cada um. Neste momento pretende-se que as (os) alunas (os) resgatem em sua memória afetiva o que lhes vem a mente quando refletem sobre este significado.
Nesta dinâmica as (os) alunas (os) são divididos em grupos de no máximo seis componentes para inicialmente discutirem o significado da enfermagem para cada um e depois tentam representar os sentimentos do grupo com relação a profissão a partir de imagens ou palavras recortadas de revistas variadas que lhes são oferecidas. Posteriormente, cada grupo apresenta a sua percepção acerca da enfermagem para o grande grupo e rediscute-se a questão a luz da literatura e da prática profissional da enfermagem.
Os resultados das dinâmicas manifestam-se em colocações como:
"Enfermagem é cuidar de nosso presente e de nosso futuro! Atendimento, conforto e carinho."
"Guerra por um pedaço do céu".
"A cada dia uma conquista"
"Salvar, ajudar, orientar, prevenção, educação".
"Eu acredito na enfermagem. E um desafio."
"Uma nova profissão. Nova experiência".
As imagens escolhidas pelas (os) alunas (os) para representar o significado da enfermagem enquanto profissão mostram principalmente pessoas doentes, acidentadas ou em hospitais. Pessoas de mãos dadas, integrando-se em atos de amor. Algumas imagens de pessoas sorrindo ou chorando, mas sempre em grupo. Outros se preocuparam em colocar a realização de vários tipos de cirurgias, na qual não se percebe se o enfoque é na enfermagem ou na medicina. Estas representações na sua maioria representam a idéia de enfermagem adquirida na formação familiar e social, e que fazem parte do senso comum sobre enfermagem, e não dos conhecimentos adquiridos a partir do curso de graduação.
A segunda dinâmica utilizada na disciplina é denominada O CORPO DA ENFERMEIRA. Esta dinâmica tem como objetivo discutir o significado da enfermagem enquanto profissão feminina, como corpo político e que desempenha um papel importante na sociedade. Tem como objetivo também estimular a descoberta de cada um, através da contextualização sócio-cultural da enfermagem no cotidiano do trabalho.
Para a realização desta dinâmica, desenha-se o corpo de uma das (os) alunas (os) em um papel grande, que é colocado no centro da sala. Os grupos se reúnem e propõe-se a reflexão sobre o corpo da enfermeira, isto é, qual ou quais partes do corpo, as (os) alunas (os) entendem como a/as mais importantes no exercício da prática de enfermagem. Ao final cada grupo colava no corpo da enfermeira as partes que havia selecionado e apresentava para os demais os porquês da escolha.
"Escolhemos as mãos, os olhos, o coração e o cérebro para representarem o corpo da enfermeira. Com as mãos a enfermeira pode exercer a habilidade de cuidar do paciente. Os olhos permitem a Enfermeira enxergar a necessidade do paciente, deixa-a atenta para executar adequadamente as técnicas. O coração representa a emoção, o afeto que é preciso dispor à pessoa debilitada, para suavizar seu sofrimento e ajudá-lo a enfrentar as dificuldades. E o cérebro é o responsável pelo comando de todos estes órgãos, de todo o corpo."
"As mãos representam o principal instrumento de trabalho. Precisa de firmeza, delicadeza para concretizar o trabalho. A boca, para expor suas idéias e os olhos para observar, perceber."
"As mãos transmitem a técnica do cuidado e o conforto ao paciente. A cintura da enfermeira, para que ela possa enfrentar as dificuldades da profissão e o caos da saúde. Deve ter um coração sensível e ao mesmo tempo forte e preciso para saber administrar. Seu conhecimento deve ser bem armazenado para que em qualquer momento este possa lhe servir para auxiliar de maneira competente e profissional. Deve ter corpo sadio para deslocar-se e atuar de forma eficaz, e ter o espírito harmonioso que saiba ser forte sem perder a sensibilidade."
Estes exemplos de depoimentos das (os) alunas (os) indicam algumas das percepções dos mesmos acerca do exercício profissional da enfermagem. Outros alunas (os) colocaram ainda os pés como importantes por representarem a possibilidade de futuro da enfermagem, mas nenhum dos grupos representou a enfermeira como um todo, mas sim, dividida em partes. Isto talvez se deva ao fato de que nenhum deles tem vivência profissional na enfermagem e suas reflexões se dão a partir da própria história de vida. Ao final da dinâmica, faz-se uma discussão mais profunda sobre a identidade profissional da enfermeira atualmente e a evolução da enfermagem.
A importância de refletir sobre as inúmeras percepções sobre o corpo da enfermeira se dá especialmente quando se observa o resultado da dinâmica, na qual enquanto algumas alunas supervalorizam partes do corpo como o cérebro, os olhos, as mãos, outras a representam como um imenso coração, cheio de amor e disposição para servir o outro. Mas percebe-se também que poucas enfermeiras conseguem manifestar a sua representação do corpo da enfermeira como um ser humano completo, e não segmentado em partes de maior ou menor valor. Na discussão da dinâmica estas diferenças são manifestadas pelo próprio grupo e permitem um novo olhar sobre sí mesmas e sobre o seu trabalho.
"Parte-se do princípio de quando o próprio estudante vivência as questões, permitindo-se expressar seus pensamentos, questionamentos e sentimentos, estará mais próximo do eu, importante por sí mesmo e, também, como referência para o conhecimento das semelhanças assim como das diferenças, o que é fundamental para a aceitação dos valores, das crenças, das reações do outro, para a aproximação e para o estabelecimento de trocas." (Kestemberg, Rocha; 1995: 56)
A REFLEXÃO DA HISTÓRIA ATRAVÉS DO FILME
Outra maneira utilizada para transmitir o conteúdo relativo a História da Enfermagem é através de filmes ilustrativos, tais como, A HISTÓRIA DE FLORENCE NIGHTINGALE, que embora romanceada contém a essência das lutas de Florence Nightingale em tomar-se uma mulher diferente daquelas de sua época, para construir as bases da profissão Enfermagem. Após o filme, as (os) alunas (os) elaboram individualmente uma análise crítica sobre o filme, como um exercício de redação e análise, que é discutida em sala de aula.
Outro filme apresentado e discutido com as (os) alunas (os) é um documentário de aproximadamente vinte minutos denominado MEU NOME É NINGUÉM, onde é apresentada uma instituição pública de atendimento à gestante, e o descaso da situação de saúde pública no Brasil. Este filme é mostrado às (aos) alunas (os) na segunda metade da disciplina, paralelo às discussões teóricas acerca de "mercado de trabalho", "Legislação do Exercício profissional" e "Entidades de Classe na Enfermagem".
OS SEMINÁRIOS
A disciplina Exercício da Enfermagem I é composta de outros conteúdos que são ministrados em forma de Seminários temáticos preparados por grupos de aluna (o)s e apresentados em sala de aula. Os temas dos Seminários se dividem em: "Origem da Enfermagem", "O cuidado de enfermagem ao longo da história", "A enfermagem no Brasil e em Santa Catarina".
Para cada Seminário as (os) alunas (os) tem no mínimo três semanas de antecedência para prepará-los a partir dos textos distribuídos para cada grupo. A técnica de apresentação é livre, mas são estimuladas as apresentações criativas, em forma de dramatização, oficinas, cartazes, dentre outros. As alunas (os) devem entregar também um resumo, ficha de leitura ou análise crítica do trabalho por escrito.
São ministradas algumas aulas teóricas por professores especialmente convidados para a disciplina, como por exemplo, "A enfermagem em Santa Catarina", "As entidades de Classe na Enfermagem", "O mercado de trabalho na Enfermagem". Outros conteúdos como "A legislação do Exercício na Enfermagem" e "a Legislação do Ensino da Enfermagem" são ministradas com aulas expositivas e trabalhos em grupos de discussão em sala de aula.
A AVALIAÇÃO
Ao final da disciplina os aluna (o)s são avaliados a partir de vários critérios.
Um dos critérios de avaliação é a participação e comprometimento das (os) alunas (os) nas discussões em sala de aula, porque entendo que na medida em que proponho uma disciplina cujo conteúdo é apresentado de forma dinâmica e criativa, a medida de avaliação também deve conter esta exigência para demonstrar a sua efetividade.
Os trabalhos apresentados e entregues também recebem uma nota em termos de qualidade do resumo ou análise e na criatividade e qualidade da apresentação dos trabalhos em sala de aula.
A disciplina também é avaliada pelos aluna (o)s em instrumento próprio no qual são colocadas questões como:
- A importância da disciplina para a formação profissional do aluna (o);
- que conteúdos tiveram maior significado para a (o) aluna (o);
- a forma como a disciplina foi ministrada;
- pontos positivos e negativos;
- se gostaria que fosse incluído algum outro conteúdo;
Cada aluna (o) também realiza a sua AUTO AVALIAÇÃO indicando urna nota atribuida a sua participação na disciplina e justifica de acordo com o seu entendimento, as razões da nota.
"Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como um ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar.'YFrezre, 1997:46)
Com relação a forma como a disciplina foi ministrada, os alunos se manifestaram da seguinte forma:
"As aulas foram interessantes, não teve sempre a mesma rotina de sala de aula, e sempre com a participação do grupo o que torna a aula melhor".
"Os seminários e as palestras foram bastante importantes para o entendimento da disciplina".
" Boa porque foi ministrada tanto com trabalhos de grupo, vídeos, aulas expositivas. Este tipo de variação evitou que a aula caísse na mesmice."
"Muito boa. Somente o professor falar e os alunos escutarem toma-se cansativo."
"As aulas práticas (com colagem, filmes, etc) foram muito bem ministradas e foi muito bom o aprendizado. Já as aulas faladas, sobre a história da enfermagem, não surtiram muito efeito, porque são cansativas"
"Foi boa porque nós tínhamos a possibilidade de debate, o que favorece o aprendizado".
As avaliações dos alunos e alunas permitiram-me avaliar a forma como está sendo ministrada a disciplina e assim, aprimorá-la cada vez mais, para proporcionar um ensino de qualidade e que atenda aos objetivos que se propõe, ou seja, valorizar a história da enfermagem relacionando-o com a prática de enfermagem atual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta experiência de ensinar História de Enfermagem com múltiplas técnicas de ensino que priorizam o papel do aluno enquanto participante ativo do processo de ensino aprendizagem tem sido extremamente enriquecedora, pois modifica a relação professor-aluno. Desinstitucionaliza a "educação bancária", de receptor do grande saber detido pelo professor e também permite que precocemente os alunos passem a conhecer e refletir mais profundamente sobre a profissão escolheram seguir ao longo de sua vida.
É uma forma de ensinar a história da enfermagem e que não pretende ser absoluta enquanto técnica, mas sim, apresentar uma forma de ensinar, que na verdade representa também uma forma de ver o mundo e compartilhá-lo com aqueles que pretendem adotar a enfermagem como a sua profissão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
1. DUB Y, Georges. A história continua. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, UFRJ
2. KESTEMBERG, Célia C., ROCHA, Ruth M. Vivendo vivências: uma alternativa do ensino de enfermagem. Revista de Enfermagem UERJ. v.3, n. 1, p. 53-62, maio 1995.
3. LIMA, Maria José de. Oficina de criatividade, sensibilidade e expressividade:da enfermagem tecnificada rumo a enfermagem edificante. Rio de Janeiro, 1994. Projeto (Mimeo).
1. Ariés, Philippe. A História das Mentalidades. In: Goff, J. L. A História Nova._ São Paulo, Martins Fontes, 1990.
2. Gadamer, H. G. et al. História e Historicidades Lisboa, Gradiva Publicações Ltda., 1988
3. As dinâmicas foram adaptadas das Oficinas de criatividade, sensibilidade e expressividade: da enfermagem tecniflcada rumo a enfermagem edificante propostas por Maria José de Lima.