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ISSN (impressa): 1414-8145
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
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Ministério da Educação
CAPES

Volume 20, Número 1, Jan/Mar - 2016



DOI: 10.5935/1414-8145.20160004

PESQUISA

Saúde e ambiente: (in) visibilidades e (des) continuidade na formação profissional em enfermagem

Roger Rodrigues Peres 1
Silviamar Camponogara 1
Valdecir Zavarese da Costa 1
Marlene Gomes Terra 1
Elisabeta Albertina Nietsche 1


1 Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria - RS, Brasil

Recebido em 22/06/2015
Aprovado em 03/11/2015

Autor correspondente:
Roger Rodrigues Peres
E-mail: roger_rrp@yahoo.com.br

RESUMO

OBJETIVO: Conhecer a percepção de enfermeiros docentes sobre a relação saúde e ambiente e como se dá a abordagem da temática na formação profissional em enfermagem.
MÉTODOS: Pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, com dezessete enfermeiros docentes de cinco cursos de graduação em enfermagem. Dados coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados por análise de conteúdo.
RESULTADOS: A interface saúde e ambiente é percebida a partir de duas perspectivas: causa-efeito, entendendo ambiente como causador de doenças, e coletiva-ética-complexa, integrando relações sociais e o comportamento humano com o meio. Quanto à abordagem na formação profissional, verificou-se que embora haja, ainda é superficial, demonstrando-se como lacuna.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Evidenciou-se a fragilidade da abordagem do tema na formação, assim como a descontinuidade naqueles espaços onde o mesmo é presente, carecendo de base teórica que contemple a complexidade envolvida.


Palavras-chave: Enfermagem; Saúde ambiental; Educação superior; Docentes

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a sociedade tem convivido com um debate crescente sobre o impacto dos problemas ambientais na vida das populações e do planeta. Notícias veiculadas na mídia a respeito de doenças reemergentes, surtos infecciosos e catástrofes ambientais, escassez de água potável, dentre outros, muitas vezes, atrelados ao atual modelo econômico global e aos efeitos da globalização, tem favorecido a emergência de uma linha de discussão atinente à importância de uma vertente socioambiental quando se lança um olhar sobre essas questões1.

Sob essa ótica, a expectativa é que, para além de um olhar superficial sobre os reflexos ambientais decorrentes dos propalados problemas ambientais, a sociedade possa estabelecer um debate sobre o tema a partir de sua gênese, o que perpassa, essencialmente, por uma estrita relação entre questões socioculturais e ambientais. Na vertente do repensar das responsabilidades, os programas educativos, em suas diferentes formas, estruturas e abordagens, têm apresentado iniciativas em direção à multiplicação do tema e de sua importância, no intuito de que a humanidade se mova em direção a uma cultura política e social de sustentabilidade1, repensando as relações entre homem e ambiente, a partir de uma perspectiva crítica e reflexiva sobre o assunto.

Contudo, a intervenção do setor educacional, inserido nele o da saúde, deve ser realizada com base em conhecimentos complexos de ambiente, utilizando-se dos diferentes vínculos das questões ambientais com a área a ser trabalhada. Uma educação pautada no pensamento complexo é a que pode auxiliar a humanidade a sair do estado de desarticulação e fragmentação do saber contemporâneo, cujas abordagens simplificadoras, fragilizam o conhecimento e os modos de vida em sociedade2.

Na área da saúde e, consequentemente, na enfermagem, a reflexão sobre os problemas na saúde não podem se restringir às alterações ambientais catastróficas, embora se saiba que essas são extremamente relevantes e necessitam de atenção do poder público para prevenir seus danos potenciais. A complexidade do olhar para os problemas socioambientais contemporâneos, deve integrar reflexões sobre o modelo socioeconômico, as discrepâncias da atenção à saúde das populações, o acesso aos alimentos, o cuidado com os direitos ambientais das diferentes culturas, dentre outras situações da atualidade3.

Com base no exposto, percebe-se que na enfermagem essa temática ainda ocorre de forma periférica e pouco discutida, sendo incipiente o engajamento desse profissional em ações que visem à saúde ambiental4. Investigação aponta a incipiência do tema na atuação do profissional de enfermagem, na medida em que os enfermeiros participantes demonstram dificuldades em tecer considerações sobre as questões socioambientais e seu ambiente laboral5. Outro exemplo a ser citado está relacionado ao gerenciamento dos resíduos sólidos, que, embora demandem ações e responsabilidades específicas para o profissional, em seu cotidiano de trabalho, ainda comporta falhas e dúvidas sobre sua gestão6.

Apresenta-se, assim, na abordagem da interface saúde e meio ambiente nos cursos de formação profissional em enfermagem, uma lacuna a ser trabalhada, necessitando da construção de novos conhecimentos sobre o tema. Essa questão reveste-se de maior importância na medida em que se compreende que a formação profissional tem extrema relevância na constituição de valores nos futuros profissionais, incluindo-se aí, os que se relacionam a sustentabilidade socioambiental. Sem duvida, o grande desafio da atualidade reside em educar em e para a era planetária, o que envolve criticar a simplificação e a fragmentação, e reconhecer que, num cenário de incertezas, questões complexas pressupõem uma abordagem ampliada, que envolvam aspectos, naturais, sociais, éticos, políticos, dentre outros2.

Dessa maneira, entende-se que o enfermeiro docente tem papel crucial nesse processo, uma vez que tem o potencial de impulsionar o debate sobre temas inerentes à formação profissional, o que abarca, também, o tencionamento de discussões sobre temáticas transversais, que tem extrema relevância para a prática profissional, dentre elas, as que remetem a relação saúde e ambiente. A enfermagem se encontra frente às intempéries dos novos tempos, necessitando empreender esforços para a aquisição de conhecimentos e habilidades para o cuidar sob novos paradigmas, que contemplem a totalidade do indivíduo e sua inserção e inseparabilidade com o meio ambiente7.

Diante do exposto, a compreensão sobre como o enfermeiro docente percebe a relação saúde e ambiente é útil para tecerem-se reflexões sobre o tema e sua inserção no processo formativo da enfermagem. Nessa corrente, o presente estudo buscou encontrar resposta para a seguinte questão de pesquisa: qual a percepção de enfermeiros docentes sobre a relação saúde e ambiente e como se dá a abordagem da temática na formação profissional em enfermagem? Configura-se como objetivo desse manuscrito: conhecer a percepção de enfermeiros docentes sobre a relação saúde e ambiente e como se dá a abordagem da temática na formação profissional em enfermagem.

MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, realizada em cinco Cursos de Graduação em Enfermagem de Universidades Federais do Rio Grande do Sul. Foram incluídos os cursos que estavam localizados no Rio Grande do Sul, que pertencessem à instituição federal e tivessem formado, pelo menos, uma turma de enfermeiros. Em geral, os cursos caracterizaram-se por terem financiamento público e oferecerem curso de graduação em enfermagem, sendo, o corpo docente, predominantemente constituído por enfermeiros concursados.

Os participantes foram enfermeiros docentes vinculados às instituições investigadas. O acesso à lista de enfermeiros docentes se deu, primeiramente, nos endereços eletrônicos de cada Instituição de Ensino Superior (IES), com posterior contato às IES para confirmação das informações obtidas. Consideraram-se como critérios de inclusão: ser enfermeiro docente efetivo da instituição pesquisada e estar há mais de um ano no cargo de docente. Como exclusão: estar afastado por qualquer tipo de licença ou férias, no período de coleta de dados e ter algum vínculo com o presente projeto.

A seleção dos participantes ocorreu por meio de sorteio, realizado pelo próprio pesquisador, quando de posse da listagem dos docentes de cada IES, cujo quantitativo de docentes variou de 17 e 76 conforme a instituição, observando-se, no ato, os critérios de inclusão e exclusão. O número de participantes por IES obedeceu ao critério de saturação de dados, sendo que, foi necessária, para isso, a transcrição, leitura e análise dos dados concomitantemente à coleta. Assim, foram entrevistados 17 enfermeiros docentes nas diferentes IES, de modo que em três instituições participaram três sujeitos cada, e nas duas restantes foram quatro em cada. A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro e abril de 2013.

As entrevistas semiestruturadas foram realizadas em locais reservados, registradas com auxílio de gravador digital e transcritas pelos próprios pesquisadores. Utilizou-se um roteiro com as seguintes questões: O que você entende por meio ambiente? O que você pensa quando falamos em saúde e meio ambiente? Tomando como base sua prática docente aqui nessa instituição, como você percebe a abordagem da temática ambiental? Para respeitar o anonimato dos sujeitos participantes, esses foram identificados pela letra "E", correspondente a enfermeiro, e uma numeração conforme a ordem de realização da entrevista (exemplo: E1, E2, E3).

A análise dos dados esteve orientada pelo referencial de análise de conteúdo, respeitando as diferentes etapas. Na pré-análise ou reunião do corpus de análise, foram reunidas as gravações minuciosamente transcritas, sendo, posteriormente, organizadas em pastas no computador, compostas por arquivo de áudio e documento transcrito. A exploração do material deu-se com leitura exaustiva, a fim de captar, nesse momento, os conteúdos e semelhanças existentes nas falas. O tratamento dos achados obedeceu à categorização de ideias, através da coloração e segregação textual, recortando e reunindo-se, assim, cada categoria em um arquivo/documento digitado específico. Por fim, realizou-se a interpretação e discussão dos dados, conjugando-os à achados textuais da literatura pertinente e construindo um arquivo único para redação final8.

O projeto de pesquisa foi submetido à aprovação de dos Chefes de Departamento, onde estavam lotados os enfermeiros docentes que participaram do estudo e, posteriormente, foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CAEEN 12192612.0.0000.5346). Os sujeitos da pesquisa somente participaram do estudo quando da leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo que a coleta de dados teve início após a aprovação de todos os requisitos exigidos e em conformidade com a Resolução Nº 466/12 do CNS, no que tange as diretrizes e normas regulamentadoras das pesquisas envolvendo seres humanos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados permitiram apreender as percepções dos participantes sobre a relação saúde e meio ambiente, bem como sobre sua abordagem na formação profissional em enfermagem. Dessa maneira, de acordo com as concepções dos enfermeiros docentes, os dados puderam ser organizados em duas categorias: A interface saúde e meio ambiente: distintas vertentes; e Abordagens da temática na formação profissional em enfermagem: contextos e desafios.

A interface saúde e meio ambiente: distintas vertentes

A relação entre saúde e meio ambiente pode ser compreendida como interdependente, mutável, sistêmica. A relação do ser humano com a natureza e o planeta não pode ser concebida de um modo reducionista e fragmentado, como a simples soma de elementos2. São as relações de cooperação, interdependência e simbiose, na busca de um todo equilibrado, que evidenciam a impossibilidade de se falar de saúde, sem falar, ao mesmo tempo, de meio ambiente9.

Assim, em meio às falas dos participantes, percebe-se que alguns enfermeiros docentes corroboram com a perspectiva supracitada.

[...] tem uma forte relação, certamente o que acontece no ambiente impacta na nossa vida e naquilo de intervenções, de identificação das necessidades de saúde da nossa população, também vai ter uma relação direta [...] (E1)

[...] eu acho que saúde e meio ambiente estão intimamente ligadas, interligadas. Tem uma interface muito próxima. Como eu vinha te falando, a saúde dependendo do ambiente em que tu estás inserido [...] (E14)

Fica evidente, por meio dos depoimentos, que os participantes percebem que há uma interface entre saúde e meio ambiente. Estar ciente dessa relação é condição essencial para aqueles que têm sua formação profissional na área da saúde, principalmente na enfermagem, tendo em vista ser essa a que contém o cuidado na sua essência.

Destaca-se a lógica anterior, pois a própria precursora da Enfermagem Moderna, Florence Nightingale, abarcava em sua compreensão de saúde a importância das variáveis ambientais, entendendo que essas poderiam afetar as condições de saúde. Essa relação também é percebida por demais trabalhadores da área, noutros estudos, o que revela, em parte, certo consenso sobre esse aspecto5,9.

Por certo, a retomada do importante legado deixado por Florence Nightingale é fundamental uma vez que se constitui em estratégia para a busca de uma sensibilização sobre o tema no contexto do trabalho em saúde. Entretanto, destaca-se que isso envolve compreender que a problemática ambiental é um evento complexo, socialmente construído, que exige esforços individuais e coletivos para sua resolubilidade, tendo importante impacto sobre o processo saúde-doença10.

Entretanto, os participantes constroem suas concepções através de diferentes vertentes para justificar tal interação. Na primeira vertente, os participantes entendem a relação saúde e ambiente a partir de uma perspectiva de causa e efeito, em que o ambiente é visto como causador de doenças, principalmente quando alterado pela ação humana.

[...] tu não tem saúde se não tiver um meio ambiente também saudável. Então, acho que uma coisa está ligada a outra. Então, precisamos cuidar do meio ambiente, precisamos cuidar para ter água, para ter saneamento, para ter coleta de lixo, tudo isso para ter saúde. Se a gente não olhar isso, não olhar o meio ambiente, não preservar, a gente também não vai ter saúde. Isso vai interferir diretamente na saúde, poluição, ar, água [...] (E4)

Por exemplo, o sol cada vez mais quente. A gente vê que está mudando essa questão solar, então, isso vai afetar na minha saúde. Eu não posso me expor tanto ao sol, se eu vou à praia eu tenho os períodos que eu posso ficar no sol. Isso vai ocasionar problemas de pele, um câncer de pele, tantos problemas que a gente sabe que vão acontecer, manchas, e que vão prejudicar a minha saúde. Então, a gente vê assim, que elas estão relacionadas, por isso a gente tem que preservar o ambiente e cuidar de onde estamos inseridos [...] (E5)

As relações do ambiente com o adoecimento humano são inúmeras, refletindo-se no aumento das pesquisas sobre o tema e veiculação, cada vez maior, de notícias sobre o assunto. Entretanto, o que se observa é a divulgação de catástrofes ambientais como causadoras de adoecimentos, dentre essas: enchentes, furacões, correntes de intenso calor e frio, degelo dos pólos, infestação de insetos e outros animais. No entanto, pouco se aborda sobre a participação humana nessas questões, principalmente, pelo fato de a sociedade capitalista entender tais acontecimentos como externalidades da economia atual, como se fossem intrínsecos ao desenvolvimento11.

Para além das grandes alterações climáticas, as influências do ambiente na saúde do ser humano podem ser percebidas noutros aspectos, como: distúrbios respiratórios causados pela poluição, desnutrição devido à ingestão de alimentos inadequada, uso indiscriminado de pesticidas nos alimentos, entre outros, quando se faz referência aos aspectos/alterações físicas ou visíveis de adoecimento. Acrescentam-se, ainda, as causas de adoecimento invisíveis ou obscurecidas, decorrentes do modo de vida contemporâneo e resultado das cargas de trabalho, como: estresse, depressão, cansaço, fragilidade das relações familiares, etc.

Dessa maneira, destaca-se a interação percebida pelos participantes, sobre a interface saúde e ambiente, a partir de determinantes ou condicionantes para o "estar saudável" ou "estar doente", entendendo que o processo saúde-doença é consequência, também, das variáveis ambientais9. Sob esta ótica, interpreta-se que o ambiente pode tanto promover a saúde, como criar condições nocivas para os indivíduos ou agrupamentos humanos12.

Esta vinculação, com base no adoecimento do homem, também é percebida em outras pesquisas que tiveram enfermeiros como participantes, as quais apontaram a necessidade do controle das epidemias e dos fatores que proporcionam a ocorrência de câncer4,5. Tais resultados levam à compreensão de que para um estado de saúde adequado, faz-se necessária a valorização da sustentabilidade e do cuidado com o ambiente, caso contrário, tem-se o adoecimento das populações.

Na segunda vertente, observou-se que os participantes transitaram da perspectiva causa-efeito na relação saúde e ambiente, para uma perspectiva que integra as relações sociais e o comportamento humano com o meio. Dessa forma, concebem a interface saúde e meio ambiente numa perspectiva coletiva, ética e complexa. Essa percepção apresenta-se pautada nas atuais perspectivas de saúde, que concebem o processo saúde-doença de forma complexa, multidimensional e interdisciplinar, abarcando, inclusive, aspectos da subjetividade humana.

Na questão de saúde e meio ambiente, eu acho que dentro do conceito ampliado de saúde, a gente tem que poder pensar para além do conceito de doença. [...] Hoje no momento em que nós estamos pensando que a saúde não é mais aquele bem estar físico, social, psíquico, aquele velho conceito da OMS, mas tu esta trabalhando mais com qualidade de vida, com conceito ampliado de saúde. Acho que toda essa interação da pessoa com o meio, meio ambiente, que pode incluir tanto as questões mais concretas, como as questões subjetivas também, de pensar que fazer determinadas coisas envolve outro olhar ético para a vida [...] um olhar ético de convivência mesmo, de poder olhar para mim nesse mundo, para além do meu umbigo, inclusive para além da minha geração. Acho que isso, hoje no conceito ampliado de saúde, envolve dimensões que não é só curar a doença, que é de fato constituir cidadania, relações éticas, solidariedade, e isso tudo obvio que vai também influir nas condições de vida de uma população, a forma com que essa população se relaciona com o outro, com o lugar, com as coisas. Então acho que tem hoje tudo a ver, acho que não tem como separar [...] (E6)

[...] vejo que todas essas questões da solidariedade, da preocupação, da responsabilidade, o compromisso, por exemplo, assim, dos trabalhadores como um todo, e ai nós temos uma interdisciplinaridade que a gente tanto busca, e fala, e nem sempre a gente consegue ter ações interdisciplinares, de um modo assim, com respeito, com ética, com todas essas questões que eu digo, mas no sentido de que a gente possa cada um valorizar o fazer do outro [...] Então se a gente vai avaliar a própria situação das questões sociais, moradia, as pessoas precisam do ensino, a própria questão espiritual das pessoas, eu acho que a gente vai falar, "n" questões [...] (E16)

A percepção sobre a interface saúde e ambiente a partir das relações sociais, com base na ética, na valorização do ambiente e dos comportamentos interpessoais é essencial para a compreensão do fenômeno saúde, que não pode ser reduzido somente à análise das doenças11. Tão pouco, essa relação, deve ser apreendida com base na atividade econômica de uma população, onde indicadores de consumo tentem retratar a qualidade de vida, bem-estar, felicidade e relações harmoniosas entre o homem consigo e o ambiente13.

Relações éticas, de solidariedade e preocupação com o outro tem dando espaço ao individualismo, à obtenção de status, ao lucro e desresponsabilização com o ambiente, no processo de evolução da construção da sociedade contemporânea. No entanto, ainda se vivencia um agravamento dessa situação, relacionada à negação das causas da crise socioambiental e obsessão pelo crescimento econômico, que não, ou pouco, considera a sustentabilidade do meio3.

Dessa maneira, refletir sobre as causas que levam a sociedade a estabelecer relações predatórias precisa ser o passo inicial para mudança, bem como para o resgate do pertencimento e responsabilidade. Assim, possivelmente, serão sentidos reflexos positivos na atenção à saúde. Engendrar essas discussões necessita ser condição essencial, por exemplo, na enfermagem, almejando a busca da cidadania na constituição do profissional, através do resgate de conhecimentos que integrem o homem ao ambiente, com toda a complexidade dessa relação.

Esta perspectiva de ver a saúde e o ambiente como um pensamento complexo, pautada na relação, interação e inter-relação entre os seres, possibilita desconstruir a maneira fragmentada e isolada de perceber essa interface, abrindo caminho para um novo olhar sobre o cuidado. A verdadeira missão da educação é fortalecer condições para a emergência de uma sociedade composta por cidadãos protagonistas, conscientes e comprometidos com a construção de uma civilização planetária2.

Reitera-se, então, a importância dos participantes tecerem reflexões sobre a relação saúde e meio ambiente, buscando o conhecimento da complexidade inerente ao tema e possibilitando, assim, abordagens que instiguem valores socioambientais na formação profissional. Tomar a interface saúde e meio ambiente como uma questão coletiva, ética e complexa é essencial para a formação de enfermeiros-cidadãos, comprometidos com a saúde das populações e do planeta. Essa percepção faz-se imprescindível, na medida em que revela o reconhecimento de que os desdobramentos da atual questão ambiental se entrelaçam com aspectos sociais, econômicos, políticos e tecnológicos, havendo marcante influência das relações homem-natureza no processo saúde-doença da espécie humana13.

Abordagens da temática na formação profissional em enfermagem: contextos e desafios

No intuito de buscarem-se mais subsídios para responder a questão de pesquisa do estudo, os enfermeiros docentes foram questionados sobre como percebem a temática ambiental na atual formação profissional em enfermagem. Em geral, os respondentes apontaram que parece haver uma aproximação maior desse debate no exercício da prática do cuidado de enfermagem em contexto hospitalar, assim como no contexto da comunidade. Entretanto, destacam que ainda há lacunas a ser preenchidas, o que demanda a necessidade de avanços em relação à abordagem do tema.

Dessa forma, a aproximação com a temática no exercício da prática do cuidado de enfermagem no contexto hospitalar é um dos principais vínculos construídos pelos enfermeiros docentes, como destacam os recortes a seguir:

Bom, eu consigo fazer essa inter-relação com a temática ambiental principalmente na disciplina de sistematização da assistência de enfermagem, é uma disciplina teórico-prática, a gente tem as práticas. Então nessa disciplina eu consigo ver mais presente a questão ambiental, essa inter-relação, até porque a gente considera o paciente como um todo, tentando implementar a assistência de um modo integral e eu consigo visualizar mais [...] tem duas atividades práticas, onde uma dupla fica responsável por cada paciente e a gente já faz essa entrevista abordando todas essas inter-relações do paciente em outros contextos [...] (E2)

Em termos de conteúdo programático não, não tem, mas a gente acaba discutindo principalmente em campo de prática. Então desde o cuidado com o dispensar correto do lixo, cuidado com a água, com, enfim [...] mas a gente tem feito, e tem na verdade a partir da prática da gente, porque a gente é modelo de identificação. O enfermeiro é modelo de identificação quando ele coordena uma equipe, ou quando ele é o coordenador de uma atividade prática, a partir do exemplo também é uma forma de tu abordares isso [...] (E10)

Para os participantes, a temática apresenta-se intrínseca ao exercício de enfermagem, estando presente na assistência ao paciente, na coleta dos dados socioeconômicos e também no gerenciamento de enfermagem. Entretanto, embora os docentes reiterem as aproximações do ambiente com a assistência de enfermagem, essa parece não ocorrer de maneira previamente planejada ou programada, deixando transparecer, principalmente no recorte da manifestação de E10, que o vínculo depende muito mais do posicionamento particular do enfermeiro docente no campo de prática, do que de uma concepção do curso ou do corpo docente para trabalhar o tema.

O trabalho no ambiente hospitalar orientado por uma sensibilidade ambiental, que contemple a inter-relação entre ambiente e saúde, mostra-se essencial em tempos de crise, principalmente quando se sabe que os hospitais são grandes produtores de resíduos, consumidores de materiais, fonte de constantes acidentes de trabalho e que, em contrapartida, podem ser disseminadores do conhecimento para diferentes populações através da educação em saúde. Reconhecer essa potencialidade configura-se em um passo importante para práticas que superem aquelas meramente assistencialistas e curativas, levando à construção de equipes sensíveis e atentas às questões ambientais5,14.

Dessa forma, torna-se fundamental inserir os conteúdos referentes à interface saúde e meio ambiente na formação profissional, conforme previsto na própria Lei Nº 9795, de abril de 1999 e Decreto 4281 de 25 junho de 2002, que estabelecem a Política Nacional de Educação Ambiental, no intuito de estimular os futuros enfermeiros a refletir sobre os problemas da contemporaneidade, na busca de um cuidado mais sensível, crítico, responsável e engajado com as questões socioambientais15.

Noutra perspectiva, os sujeitos do estudo teceram ligações entre as atividades de ensino na atenção básica e sua vinculação com a questão ambiental, evidenciando como se configura no contexto da comunidade. O depoimento a seguir é ilustrativo:

A gente tem discutido bastante com os alunos essas questões nesse novo formato de currículo, porque eles vão, no primeiro semestre, em uma unidade básica de saúde e fazem o diagnóstico de situação daquela comunidade, tanto em termos de infraestrutura dos domicílios, destinação de lixo, abastecimento de água, tratamento de esgoto. Acho que a gente tem chamado bastante a atenção deles nessa determinação social do processo saúde-doença, onde inclui o meio ambiente, e depois já nos semestres mais avançados [...] a gente observa o seguinte, muito daquelas coisas que foram discutidas lá nos semestres iniciais eles já acham que superaram, mas às vezes, não incorporaram isso na prática, então tu precisa fazer uma retomada lá no sétimo semestre para eles resgatarem aqueles conteúdos dos primeiros semestres. Porque depois que eles passam pelo hospital, parece que a cabeça deles está mais para a doença e não para a saúde, para prevenção, para promoção da saúde. Então eu acho que essas questões ainda não estão introjetadas nas pessoas, como um todo e isso se reflete na prática [...] Acho que a gente tem mais é mostrado, talvez, e sensibilizado os alunos de que isso é um problema e tem tentado mostrar que isso está, tem essa relação forte com o processo saúde-doença [...] Acho que ela passa, ela não é aprofundada, ela é uma coisa bastante superficial assim. Em termos, ela perpassa os semestres eu acho [...] (E7)

A aproximação da temática ambiental com a atenção básica é, reconhecidamente, de mais fácil apreensão, tendo em vista os problemas ambientais de ordem física ou visíveis, aos quais as comunidades estão expostas, como por exemplo: acúmulo de resíduos, falta de infraestrutura, agressões ao ambiente natural, alterações climáticas, dentre outros. No estudo, a interface saúde e meio ambiente sob a ótica da atenção básica parece ter maior relevância. Nesse contexto de atenção a saúde, é abordada mais intensamente os aspectos socioeconômicos relacionados ao adoecimento, pois se torna possível conhecer o contexto em que o sujeito está inserido, bem como as condições envolvidas, como: crenças, valores, trabalho, moradia, e não somente a percepção da doença16.

A abordagem sobre os condicionantes e determinantes da saúde a partir da perspectiva ambiental, aprofundando esse olhar na análise do contexto do indivíduo, família e comunidade, é condição fundamental para o avanço e valorização dos cuidados socioambientais, principalmente quando se sabe da relação intrínseca entre a saúde dos indivíduos e o ambiente. Entretanto, para isso, é necessário que o profissional esteja imbuído de um saber ambiental, onde o ambiente seja visualizado como o ponto de partida, na sua totalidade e complexidade3.

Dessa forma, torna-se necessária uma abordagem que instigue os graduandos a também empregarem cuidado ao ambiente, pois cuidando do ambiente, naturalmente, estarão cuidando da saúde. Tal perspectiva encontra respaldo, principalmente, quando se observa na comunidade crianças com problemas respiratórios decorrentes de poluição, manifestação de doenças provenientes do tratamento inadequado da água, infestações de insetos com consequente disseminação de doenças, etc., além de outros tantos problemas socioambientais que não se restringem à modificação do espaço físico17.

Mais uma vez, torna-se importante que os futuros enfermeiros estejam preparados e atentos a essas demandas presentes em todos os lugares, inclusive na comunidade. Faz-se necessário, para isso, estimular essa reflexão por parte dos enfermeiros docentes, cursos, programas, disciplinas, enfim, aprimorando as iniciativas já presentes, embora se entenda que, apenas sensibilizar os docentes pode não ser medida suficiente para engendrar mudanças.

Se as políticas públicas mantiverem a concepção de ambiente como, prioritariamente, agravante das condições de saúde, manter-se-á uma visão reducionista de ambiente, entendido como responsável pelos problemas de saúde, sem empreender-se reflexões mais complexas sobre o modelo socioeconômico vivenciado atualmente. A educação, sob essa ótica, deve colaborar com reflexões que coloquem em pauta o progresso como certeza histórica, possibilitando repensar criticamente a matriz de desenvolvimento da sociedade, reforçando aspectos como: participação comunitária, globalidade, respeito às culturas, ética, solidariedade e compaixão2.

Embora os participantes tenham retratado as diferentes formas de abordagens sobre o ambiente na formação profissional em enfermagem, seja em contexto hospitalar ou da comunidade, destacam também algumas fragilidades da formação em enfermagem. Essas fragilidades são evidenciadas a seguir:

Agora tu falando, eu não me lembro de falar sobre questões de meio ambiente, eu falo por um aspecto, questão de meio ambiente muito pouco dentro da disciplina [...] Acho que nós enquanto formadores, estamos deixando, pelo menos eu, não posso falar pelos colegas, deixando a desejar nessa parte [...] E na universidade é uma coisa que eu acho, eu deixo bastante a desejar, eu sei que lá eu falo algumas coisas, mas dai a gente não tenta achar soluções, a gente só diz, "bom, esses e esses problemas", e ai, o que a gente pode fazer para melhorar? Muito pouco a gente escuta sobre isso [...] Então eu acho que é um problema bem grave e que a gente poderia estar de repente trazendo, tentar organizar uma forma de trazer para a sala de aula. Eu não tenho visto, mas eu não ando por todos os semestres, não converso com todos os professores, mas eu vejo assim, tem alguns que a gente percebe que tem uma consciência bem mais ecológica, pelos emails, pela conversa, pelo trabalho, mas é um a cada trinta eu acho. Então é uma coisa muito pouca, eu tenho consciência que me falta muito, nessa parte [...] Então, assim, tem discussão, mas ainda está incipiente, acho que dá para melhorar bastante, dava para ter uma coisa organizada, já vir com uma linha lá desde o segundo, do primeiro, quando eles têm saúde ambiental, todos os professores virem trabalhando, mas não é assim que acontece. Então tem uns lá no sétimo, os do PET, um lá do segundo, mas não faz uma linguagem conjunta. (E3)

[...] eu vejo assim, que tem colegas que tentam forçar uma situação, até mesmo para dar conta dessa situação, e que a gente não consegue, porque faltam subsídios e faltam leituras. Então o que eu penso em relação a isso, eu acho que a gente tem que inserir as questões do ambiente, ou a questão da educação em relação às preocupações com o ambiente aos poucos, exatamente nessas discussões a gente participando, a gente vai se capacitando para atuar, até mesmo através de leituras, através de discussões entre os colegas, uma troca. Quando tu trazes um professor lá de educação ambiental é muito rico pra nós, porque nos instiga também a leitura. Então eu penso assim, que eu ainda preciso discutir mais, por mais que eu já tenha alguma coisa na disciplina, por mais que eu faça essas relações com o ambiente da terapia intensiva, com o aluno, com a família, com os trabalhadores. (E16)

Os déficits de informação ou (des) informação e a necessidade de avançar estão expostos nos depoimentos dos enfermeiros docentes, em que se visualiza que os principais empecilhos para uma abordagem mais contundente na formação são: a falta de preparo, as muitas incumbências, a pouca comunicação entre docentes, as escassas parcerias com outras instâncias da própria universidade e do poder público, assim como a descontinuidade do processo reflexivo nas diferentes disciplinas e semestres. Mesmo assim, as percepções dos participantes, vão ao encontro das conclusões de publicação que enfatiza ser necessário que a formação de profissionais de saúde reavive e aprofunde o debate sobre o pensar e o agir frente à temática ambiental, observando avanços e retrocessos13.

A visão dos enfermeiros docentes também denunciou, em alguns casos, a falta de continuidade na abordagem da temática, como uma importante fragilidade. Esse aspecto é relevante, especialmente quando se pensa na (des) continuidade da temática durante o curso e na interdisciplinaridade que se almeja para superação da modernidade que fragmenta os conhecimentos. De fato, a educação tradicional separa, compartimenta e fragmenta saberes, destruindo as possibilidades de compreensão e reflexão sobre problemas planetários cada vez mais complexos, o que exige questionar, primeiramente, nossa condição no mundo, saber enfrentar incertezas, para construir-se uma identidade terrena, pautada na ética e na solidariedade18.

Frente a isso, entende-se que os cursos necessitam encontrar uma alternativa para a compartimentalização atual do saber. A educação disciplinar do mundo moderno, embora traga muitos conhecimentos, pauta-se na especialização, incapaz de compreender os problemas multidimensionais19. Essa problemática pode ser contornada a partir da efetiva operacionalização da transversalidade de temas ao longo dos currículos, resultando em sedimentação de valores, atitudes e conhecimentos.

A temática ambiental, particularmente, requer uma abordagem transversal, perpassando diferentes disciplinas, no intuito de fomentar uma visão contextualizada e integradora sobre a relação saúde e ambiente. O ser humano precisa ser situado no universo e não separado dele, o que requer o remembramento de conhecimentos das ciências naturais e das ciências sociais, evidenciando a multidimensionalidade e a integralidade necessárias à educação do futuro18.

A necessidade de discussão mais contundente sobre a interface entre saúde e ambiente na formação, encontra respaldo, inclusive, na percepção de graduandos de enfermagem que, em estudo realizado, apresentaram conceituações superficiais do tema, não remetendo a discussões mais críticas ou intervenções profissionais futuras efetivas, mesmo nos anos mais avançados do curso14. Nessa perspectiva, reafirma-se a importância de propostas pedagógicas libertadoras, comprometidas com o desenvolvimento da solidariedade e da cidadania, orientadas para ações cuja essência está na melhoria da qualidade de vida e do ambiente20.

Para que existam mudanças, faz-se igualmente importante que o corpo docente organize-se de modo a discutir as concepções de saúde e ambiente, traçando novas perspectivas e vínculos com a estrutura de disciplinas já existente nos currículos, com o intuito de não fragmentar o conhecimento, tornando-o transversal, complexo e sensível às novas demandas. Sob esta ótica, é importante que a enfermagem desenvolva práticas educativas que possibilitem repensar o cuidado de si, do outro e das múltiplas interações que estes abarcam, pertencendo e responsabilizando-se pelo ambiente, a fim de que o indivíduo se perceba no cuidado e, orientado pelo cuidado, em suas diferentes dimensões15. Para tanto, torna-se imperativo religar saberes, deixando-se para traz um pensamento disjuntivo, que tem determinado práticas fragmentadas e tornado invisíveis as interações, as retroações, os contextos e as complexidades dos problemas planetários18.

Dessa forma, o educador, no caso o enfermeiro docente, apresenta-se como aquele capaz de desenvolver e exercer papel ativo na construção de novas relações no mundo e inter-relações da sociedade com o meio ambiente20. Porém, tão importante quanto o exercício de tal responsabilidade pelo docente, faz-se imprescindível que esse seja capacitado e instigado a refletir sobre o tema, construindo a partir daí concepções mais sólidas e abrangentes da perspectiva ambiental. Nesse caminho, que pode ser realizado através de seminários, cursos, leituras, trocas entre os próprios docentes, entre outras, poder-se-á vislumbrar uma formação profissional assentada sob novas perspectivas, talvez um novo paradigma, com base nas premissas ambientais dando resposta à precariedade de condições socioambientais vivida nos dias atuais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os participantes percebem que há uma intrínseca relação entre saúde e meio ambiente, polarizada, de um lado, por uma perspectiva atrelada a uma visão de causa e efeito, e de outro sob a ótica coletiva-ética-complexa, abarcando a complexidade que envolve o tema, valorizando-se os aspectos sociais e dos valores humanos.

Em relação à abordagem da temática ambiental, na formação profissional em enfermagem, conclui-se que é tratada em diferentes momentos, embora, por vezes, pareça desprovida de reflexão mais aprofundada. Os participantes mencionaram aproximações com o tema em contexto hospitalar, principalmente durante as aulas práticas, e em disciplinas vinculadas ao contexto da comunidade, em práticas realizadas na atenção básica, as quais parecem ter maior ênfase.

Assim, conclui-se que há (in) visibilidades, (des) informação e (des) continuidade, na medida em que ainda existem lacunas na abordagem da relação saúde-ambiente, demarcando que o avanço na discussão sobre a relação saúde e meio ambiente constitui-se em desafio na formação profissional em enfermagem.

Reitera-se não só a importância da abordagem desse tema, no processo de formação de enfermeiros, bem como, da sua discussão a partir de uma base teórica que contemple a complexidade envolvida no assunto, em contraposição a um enfoque reducionista e fragmentado. Destaca-se como fundamental que os cursos de enfermagem formalizem a abordagem ambiental em seus projetos pedagógicos, como forma de se garantir espaços de discussão sobre o assunto na enfermagem e cumprir a política de Educação Ambiental em vigor.

Frente ao exposto, entende-se que o estudo construiu subsídios e, ao mesmo tempo, colaborações para novas investigações sobre a abordagem das questões ambientais nos cursos de graduação em enfermagem. Sendo assim, embora apresente as limitações dos estudos de natureza qualitativa, a pesquisa traz apontamentos importantes sobre a necessidade de os enfermeiros docentes tecerem reflexões sobre a temática e transportá-las para o processo formativo.

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