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Volume 7, Número 2, Mai/Ago - 2003

EDITORIAL

 

Motivação

 

 

Maria Catarina Salvador da Motta

Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ. Editora Executiva da EAN-RENF - maio 2001 a abril 2003

 

 

No ano em que a Escola de Enfermagem Anna Nery completa 80 anos, temos o orgulho de ressaltar o 6º aniversário da Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. Digo orgulho porque acumulo o privilégio de tê-la acompanhado ativamente desde seu nascimento até abril deste ano. Posso, com propriedade, dizer que, a despeito de todas as dificuldades, a Revista continua em processo de crescimento na sua estrutura e produção de conhecimento.

Neste ano, terminou a gestão da Profª. Drª. Maria Aparecida Vasconcelos Moura como editora chefe a EAN-RENF, a qual não mediu esforços no intuito de dar continuidade à projeção deste periódico em nível nacional e internacional. Inicia-se uma nova gestão com a Profª. Drª. Isaura Setenta Porto que, com certeza, com seu entusiasmo, motivação e qualificação, irá desempenhar essa tarefa com louvor, dando continuidade ao trabalho. Muitas mudanças se fazem necessárias e você, caro leitor, irá constatar isso já neste primeiro número dessa nova gestão.

Esse fato nos remete ao eixo dessa palavra que, a convite da Diretora da EEAN/UFRJ, vos apresento neste Editorial: a motivação. Podemos iniciar perguntando: o que nos movimenta?; o que nos dá força para continuar e sobrepujar as dificuldades neste momento tão delicado?

Segundo Ferreira (2002)1, motivação é o "conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo".

Conforme analisa muito bem Salvador2 (2003, p. 2), vivemos dias confusos, abrutalhados, violentos, até mesmo chocantes. Mesmo assim, seguimos adiante enfrentando desafios constantes. A fome e a falta de tolerância entre os homens lançam uma mancha sobre a humanidade e conseqüentemente interferem de forma diretamente proporcional no nível de motivação de cada um. No campo do consciente, é possível citar, como agentes motivadores de ordem fisiológica, as necessidades de comer, beber, respirar, proteger nosso corpo etc. Entre os agentes motivadores de ordem intelectual, encontra-se a necessidade de nos sentirmos competentes, conhecer as ciências e entender e participar deste mundo complexo em que vivemos. Assim, não podemos deixar de mencionar os agentes motivadores de ordem afetiva, dos quais podemos citar a necessidade de sermos importantes e queridos por outros seres da nossa espécie nos ambientes familiar, social e de trabalho. Para um nível ótimo de motivação, estes três fatores devem coexistir em nosso cotidiano.

Nos 14 artigos apresentados neste número, podemos identificar um alto teor de motivação plena na produção do conhecimento científico da Enfermagem, expressado principalmente através de três artigos relativos a enfoques relacionados à construção do conhecimento de enfermagem.

Dois artigos abordam o tema a AIDS, uma questão de saúde coletiva e individual atual e ainda preocupante. A atenção básica de saúde foi contemplada em dois artigos relativos às condições de saúde de crianças de creche comunitária e à clientela hipertensa.

Um outro artigo trata de crianças que estiveram em terapia intensiva neonatal, analisando principalmente as demandas de cuidados pós-alta. O cuidado foi tema de dois artigos. Um deles destaca o cuidado voltado para a saúde de populações ribeirinhas e é analisado segundo a ótica de Boaventura de Sousa Santos, ressaltando as multiextensões do cuidar cotidiano. E o outro artigo considera os cuidados de enfermagem descrevendo-os para a assistência ao adulto hospitalizado, categorizando-os segundo sua ordem técnica, tecnológica e expressiva e classificando sua importância e prioridade, de acordo com os próprios clientes.

O décimo artigo trata do cuidador de idosos e sua ética do cuidar, refletindo como ela orienta o ofício desses cuidadores. O ensino de enfermagem foi contemplado em dois artigos. O primeiro trata de alguns dos aspectos lúdicos na arte de ensinar e na arte de cuidar na enfermagem, apresentando um foco sobre a parte expressiva da profissão e distinguindo duas formas de arte na enfermagem. O artigo seguinte apresenta uma abordagem histórico-social, discutindo o internato de enfermagem relativo ao ensino de enfermagem obstétrica.

O último artigo traz uma proposta de um software - protótipo para a sistematização da assistência de enfermagem no âmbito hospitalar descrevendo as etapas de seu desenvolvimento. Ele contribui para o processo de informatização hospitalar que atualmente vivenciamos.

Depois desses apontamentos sobre a configuração do v. 7, n. 3 da Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, o fato é que ela mostra, indiscutivelmente, a motivação de nossos colegas enfermeiros com o seu trabalho. Por fim, encorajamos você, caro leitor, a se questionar: qual é a sua motivação? Reflita sobre isso. Você se sente motivado no seu trabalho e nas suas atribuições? Você se identifica com os valores da organização em que trabalha? Garimpe e encontre o que verdadeiramente move você, seja fiel à sua vontade e, principalmente, não tenha medo de ser você mesmo. Faça suas escolhas.

 

NOTAS

1http//www2.uol.com.br/AURÉLIO.

2SALVADOR, R. No alvo. Boletim. Ano1, número 3, maio/junho 2003.

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